Por JOEL R. BEEKE.
Em meados dos anos 1640, havia em Londres pelo menos sete congregações batistas reformadas, todas de tradição puritana. Entre os principais líderes dessas igrejas, nos primeiros anos, estava John Spilsbury, William Kiffin e Samuel Richardson, os quais, posteriormente, escreveram o que seria conhecido como a Primeira Confissão de Fé Londrina.
Em meados dos anos 1640, havia em Londres pelo menos sete congregações batistas reformadas, todas de tradição puritana. Entre os principais líderes dessas igrejas, nos primeiros anos, estava John Spilsbury, William Kiffin e Samuel Richardson, os quais, posteriormente, escreveram o que seria conhecido como a Primeira Confissão de Fé Londrina.
Devido ao seu compromisso com o batismo de crentes, os batistas calvinistas foram considerados anabatistas. Para corrigir a confusão, afastar outras acusações e demonstrar a sua solidariedade com os calvinistas em toda a Europa Ocidental, os batistas reformados publicaram uma declaração de fé em 1644. Ela foi lançada quando a Assembleia de Westminster estava reunida e às vésperas da publicação da Confissão de Fé de Westminster, de tendência presbiteriana.
A Primeira Confissão de Fé Londrina teve, pelo menos, duas tiragens no primeiro ano de publicação. Foi publicada de novo em uma edição levemente corrigida em 30 de novembro de 1646 (quatro dias depois que a Confissão de Westminster foi terminada, embora ainda não publicada). Duas outras edições apareceram no início dos anos 1650. Como mostrou o historiador Barrie R. White, essa confissão deu aos primeiros batistas calvinistas um senso claro e consciente de quem eles eram, o que procuravam realizar e como diferiam dos outros grupos puritanos. Também ajudou a convencer muitos de que os batistas reformados não eram culpados de heterodoxia.
Por volta dos anos 1670, essa confissão não era mais publicada, e novos desafios surgiram, mais notavelmente o surgimento dos quacres, nos anos 1650, os quais defendiam a separação entre a Palavra escrita e o Espírito Santo. Além disso, um importante líder batista calvinista, Thomas Collier, havia abandonado a fé. De 1660 a 1688, a causa puritana lutou por sua existência, enquanto uma forma ressurgente de anglicanismo, com a ajuda do Estado, procurava erradicar os puritanos. Os batistas calvinistas queriam representar uma frente unida com os colegas puritanos, tais como os presbiterianos ingleses e os congregacionalistas, na época chamados de independentes, contra a perseguição feroz. Portanto, uma nova confissão foi lançada em 1677, com base na Confissão de Westminster e na Declaração de Savoy (1658), congregacional, que havia sido esboçada por John Owen e Thomas Goodwin.
Ainda que essa nova confissão batista tenha sido publicada anonimamente (seria conhecida como a Segunda Confissão Londrina e a mais influente de todas as confissões batistas), ela foi preparada, talvez, por dois pastores batistas de Londres, William Collins e Nehemiah Coxe. Collins estudara na França e na Itália e obtivera graduação em teologia na Inglaterra. Ele resistiu conformar-se à Igreja da Inglaterra e, em 1675, aceitou a chamada para pastorear a Petty France Baptist Church, em Londres. Coxe fora originalmente um membro da igreja de John Bunyan, em Bedford, havendo sido aprisionado com Bunyan por pregar o evangelho. Ele foi ordenado ao ministério na mesma reunião em que a igreja chamou Bunyan para ser seu pastor.
Collins e Coxe usaram a Confissão de Westminster e a Declaração de Savoy para prepararem a Segunda Confissão Londrina. No entanto, eles não reproduziram essas confissões sem modificá-las. Como os pastores afirmaram no prefácio: "Algumas coisas, de fato, foram acrescentadas em alguns lugares; alguns termos, omitidos; e poucas coisas, modificadas". Essas mudanças foram em assuntos como batismo e governo da igreja, mas também em assuntos menos claros. Todavia, como observa Robert Oliver: "Essas diferenças não devem obscurecer a concordância predominante entre a Segunda Confissão Londrina e as confissões de Westminster e Savoy. A Confissão Batista pode ser reconhecida claramente como que pertencente ao segmento da teologia evangélica que fluiu de Westminster".
A confissão foi publicada novamente em 1689, no primeiro encontro nacional de batistas calvinistas, depois de terminada a perseguição e da ascensão do príncipe holandês William de Orange ao trono da Inglaterra. Por isso, ela é conhecida frequentemente como a Confissão [de Fé Batista] de 1689.
Essas confissões e catecismos dos primeiros dias do movimento calvinista proveram um legado magnífico de verdade doutrinária para aqueles que seguiram a tradição reformada. Hoje, elas ainda são ferramentas poderosas que as igrejas reformadas podem usar para instruir os crentes na fé, evangelizar e proteger a igreja contra os erros.
Fonte:
BEEKE, Joel R. Vivendo para a glória de Deus: uma introdução à fé reformada. São José dos Campos: Fiel, 2010, pp. 47-49.
Por volta dos anos 1670, essa confissão não era mais publicada, e novos desafios surgiram, mais notavelmente o surgimento dos quacres, nos anos 1650, os quais defendiam a separação entre a Palavra escrita e o Espírito Santo. Além disso, um importante líder batista calvinista, Thomas Collier, havia abandonado a fé. De 1660 a 1688, a causa puritana lutou por sua existência, enquanto uma forma ressurgente de anglicanismo, com a ajuda do Estado, procurava erradicar os puritanos. Os batistas calvinistas queriam representar uma frente unida com os colegas puritanos, tais como os presbiterianos ingleses e os congregacionalistas, na época chamados de independentes, contra a perseguição feroz. Portanto, uma nova confissão foi lançada em 1677, com base na Confissão de Westminster e na Declaração de Savoy (1658), congregacional, que havia sido esboçada por John Owen e Thomas Goodwin.
Ainda que essa nova confissão batista tenha sido publicada anonimamente (seria conhecida como a Segunda Confissão Londrina e a mais influente de todas as confissões batistas), ela foi preparada, talvez, por dois pastores batistas de Londres, William Collins e Nehemiah Coxe. Collins estudara na França e na Itália e obtivera graduação em teologia na Inglaterra. Ele resistiu conformar-se à Igreja da Inglaterra e, em 1675, aceitou a chamada para pastorear a Petty France Baptist Church, em Londres. Coxe fora originalmente um membro da igreja de John Bunyan, em Bedford, havendo sido aprisionado com Bunyan por pregar o evangelho. Ele foi ordenado ao ministério na mesma reunião em que a igreja chamou Bunyan para ser seu pastor.
Collins e Coxe usaram a Confissão de Westminster e a Declaração de Savoy para prepararem a Segunda Confissão Londrina. No entanto, eles não reproduziram essas confissões sem modificá-las. Como os pastores afirmaram no prefácio: "Algumas coisas, de fato, foram acrescentadas em alguns lugares; alguns termos, omitidos; e poucas coisas, modificadas". Essas mudanças foram em assuntos como batismo e governo da igreja, mas também em assuntos menos claros. Todavia, como observa Robert Oliver: "Essas diferenças não devem obscurecer a concordância predominante entre a Segunda Confissão Londrina e as confissões de Westminster e Savoy. A Confissão Batista pode ser reconhecida claramente como que pertencente ao segmento da teologia evangélica que fluiu de Westminster".
A confissão foi publicada novamente em 1689, no primeiro encontro nacional de batistas calvinistas, depois de terminada a perseguição e da ascensão do príncipe holandês William de Orange ao trono da Inglaterra. Por isso, ela é conhecida frequentemente como a Confissão [de Fé Batista] de 1689.
Essas confissões e catecismos dos primeiros dias do movimento calvinista proveram um legado magnífico de verdade doutrinária para aqueles que seguiram a tradição reformada. Hoje, elas ainda são ferramentas poderosas que as igrejas reformadas podem usar para instruir os crentes na fé, evangelizar e proteger a igreja contra os erros.
Fonte:
BEEKE, Joel R. Vivendo para a glória de Deus: uma introdução à fé reformada. São José dos Campos: Fiel, 2010, pp. 47-49.
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