quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

O LEGADO À PRÓXIMA GERAÇÃO (parte 1)


Eclesiastes 4.1: “Depois voltei-me, e atentei para todas as opressões que se fazem debaixo do sol; e eis que vi as lágrimas dos que foram oprimidos e dos que não têm consolador, e a força estava do lado dos seus opressores; mas eles não tinham consolador"


Convêm que os homens digam o que não sabem e, por ofício, o inverso do que sabem. Assim se forma esta outra incurável: a esperança.” Machado de Assis

Frente ao dessossego espiritual e o escambo religioso praticado nestes dias, um canto triste me veio ao coração, uma espécie de fado português, que exprime a funesta lúgubre da grande mercancia de seres humanos, que vendidos a qualquer preço, passam da mão do administrador público à do religioso, sem que ninguém se apiede de sua desditosa alma.
Devo reconhecer que me falta imaginação perspicaz, que o Rev. Ricardo Rodrigues, tem sobejamente. Também sou carente da lógica dogmática do Rev. Fábio Vaz; da precisão cirúrgica tão nítida nos artigos sempre pertinentes da Rô Moreira, e da forma prolífica do Rev. João Pepi. Todavia, tenho algumas impressões que talvez sejam de leitura sofrível, entretanto desejo compartilhar.
I – Opressões à luz do dia
O pregador, no livro de Eclesiastes se volta no capítulo quatro para a opressão, o trabalho e as tribulações que o povo sofre, sem ter quem se sinta penalizado com a escandalosa injustiça reinante em todos os cantos da nação que deveria ser o orgulho dos justos e um espelho para os sábios – afinal, Israel no mundo helenístico, já foi chamada de terra de filósofos.
Todavia grande escândalo se praticava, a justiça foi vendida por impiedade então com o festim abominável os valores se inverteram, o bom passa a ser mal, o mal passa ser louvável. Grande maldade se faz a céu aberto.
Que gregos e romanos honravam a Baco (Dionísio) em suas calendas anuais, com orgias e libidinosidade, e fato, que a própria história declara sem vergonha alguma. Isso era próprio de povos que nada conheciam ao Deus da aliança, todavia, quando a nação de Israel começou a usar os meios religiosos para oprimir, bem como a licenciosidade cultual, não foi o espírito grego que entrou, mas a morte, travestida de religião e posta para dentro dos muros, em forma de presente troiano para culto e celebração – enquanto o povo dorme, os inimigos matam saídos do ventre do colosso presente com formato de cavalo.
Se a história sendo ela religiosa ou secular nos informa sobre estas estratégias, seria minimamente sábio atentar para elas, mesmo que por um instante sequer.
Grande opressão se faz debaixo do sol em nossa própria época.
O evangelho da Graça tem sido trocado pelo evangelho do Escambo, triunfalismo, misticismo e prosperidade tomam conta da religião. A igreja visível tem sido tomada de assalto por todo o tipo de infiltrações.
Do ventre do Cavalo de Troia, vieram estrangeiros como: MórrisCerulo, BenneHinn, Mike Murdock, os traidores da terra também saqueiam sem piedade, em sua blasfema religião da troca, Macedo e Valdomiro fazem a festa sem que ninguém os toque, e aí daquele que se levantar contra o ungido do Senhor esbravejam suas ovelhas fãz.(1)
Na esfera política, a situação não é nada diferente, tal crença, tal prática, uma nação de analfabetos culturais e funcionais. Conheço pessoalmente professores, que são mestrandos, que não sabem interpretar o que leem, fruto do esquerdismo patológico sob o qual o Brasil foi cooptado.
Conheço Jovens, que foram para a universidades e “perderam” suas convicções, certo é que nunca as tiveram, talvez foram supridos por um tempo, por algum tipo de máscara como a do Darth Vader.
Cristãos televisivos, ignorantes de Bíblia, infantis, fingidos na fé se proliferam nação a fora. Já viajei boa parte do Brasil e sempre encontro esta espécie em todo o canto.
Enquanto o Renan Calheiros rouba a dignidade, afirmando que seu mandato será a favor da ética, Macedo se muda para Portugal e Santiago vende Tijolinhos que pela cara de pau do charlatanismo deixaria Johann Tetzel com vergonha de sair à rua para vender suas indulgências.

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1. Expressão Usada pela Blogueira Rô Moreira, para designar as pessoas que além de serem seguidoras são também fãs incondicionais de seus "ídolos" religiosos, sendo eles líderes religiosos ou cantores do mundo "gospel"

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Uma geração que Não conheceu a Deus busca conhecê-lo – Quo Vadis Domini


Juízes 2.10
“Foi também congregada a seus pais toda aquela geração; e outra geração após eles se levantou, que não conhecia o Senhor, nem tampouco as obras que fizera a Israel.”
Este texto de Juízes poderia ter muitas aplicações, e muitas mensagens edificantes poderiam ser extraídas daqui. Certamente um único texto da Santa Escritura aquece a alma do mais gélido ser humano.
No intuito de levar o povo para mais próximo de Deus, como cristãos, temos a opor-se a nós um exercito mais numero do que o de Xerxes, obstinados, valentes, terríveis, dispostos a cobrar o imposto e esmagar a quem quer que seja. Da mesma forma, militam no mesmo exercito; a natureza humana caída em pecado, este sistema de coisas dominadas por pessoas sem Deus e o próprio Diabo.
Se por um lado nossos inimigos são fortíssimos, por sua vez lutemos com bravura indômita contra os tais, vendo que mesmo Xerxes foi resistido por Leônidas e seus 300 Espartanos na platéia Grega. Tal foi à fúria da defesa que o inimigo chegou a perder o gosto pela luta. Assim basta-nos resistir às investidas da tríplice aliança maligna contra nossas almas também.
A Bíblia esta repleta de exemplos de pessoas que lutaram para andar com Deus, haja vista os obstáculos da caminhada, nesta peregrinação, todos que adentram a porta estreita, passam a fazer parte da família de Cristo. Nesta caminhada andando por vezes em caminhos de difícil acesso, em outras ocasiões trilhando o caminho aparentemente a sós e por vezes em excelente companhia. De qualquer maneira seguimos os passos daquele que está andando conosco e, que na maioria das vezes não o percebemos. Cumpre-nos fazer uma pergunta ao Senhor,  quando a confusão ou incerteza referente à vontade dele ou e  seus caminhos então clamamos: “Quo Vadis Domini” aonde vai Senhor?


   O Exemplo de pessoas que Fizeram esta pergunta e foram dirigidas pelo Salvador são a prova de que Ele quer orientar e trazer os perdidos a si.

A pergunta a ser feita demonstra a  seguinte verdade: cada geração deve ter sua própria experiência com Deus. Todavia, quando falta a tal experiência (que não deve ser exaltada como sendo manifestações portentosas), mas uma vida devota  buscando no meios de graça a diária alimentação da alma com oração e meditação das Escrituras e a subseqüente aplicação daquilo que leu ou ouviu na vida prática. Essas são as experiências válidas para o povo de Deus.
Quando Josué ainda vivia, o povo era guiado por alguém que teve a experiência tanto do cativeiro quanto da guerra, assim como da peregrinação até a tomada da terra da promessa, portanto alguém que sabia quem havia sido no passado, adquirido a experiência das andanças no deserto sem perder a confiança em Deus.
O caráter de Josué pode ser tipificado como a característica de um cristão Salvo e maduro na vida Cristã. Alguém que viveu na escravidão do pecado e, portanto sabe os desejos que seu feitor impõe sobre seus serviçais. Conhece que aquele velho homem é muito forte e está preso há correntes grossas junto ao piso úmido e frio do calabouço do pecado, portanto assim como Josué, o Cristão dá muito valor a sua liberdade para viver para o seu libertador, mesmo que antes da terra prometida um escaldante deserto deva ser transposto.
O deserto no qual Josué, e o povo de Israel, e Moisés deveria passar não era tão extenso como parece, no espaço de quarenta dias poderia transpô-lo facilmente. Porém a desobediência e a covardia cobram seu preço dos peregrinos do deserto. Pela incredulidade e covardia cada dia foi transformado em anos, assim a marcha se transformou na caminhada de uma vida.
Como cristãos passamos todos por este mundo, que com sua arides assemelha-se muito a um deserto. Quantas coisas as pessoas necessitam, mas faltam a este mundo. Tantas delícias próprias de lugares paradisíacos não são encontradas nos desertos, mesmo a água é escassa, a sombra e vegetação são quase insistentes.
Qual deve ser a postura do cristão diante deste mundo árido, que nada tem das bem aventuranças ditas por Jesus no sermão da montanha? (Mt 5), ou das campinas cheias de pastagens e revigorantes mananciais de água para as ovelhas de Deus? (Sl 23).
Assim como Josué que teve as experiências da escravidão do deserto e de possuir a terra prometida o cristão deve peregrinar com a mesma confiança e esperança. Josué teve experiências com Deus e isto lhe bastava para ser grato e seguir sob a orientação de Deus e em momentos de duvida Deus o dirigia, assim como foi com Moisés, foi com Josué.
Josué e os anciãos que viveram ainda depois de Josué conheciam a Deus, aquela geração seguiu o Senhor no deserto, mas quando eles entraram na terra da promessa, os mais novos, porém nada sabiam.
A conseqüência disso para a vida daqueles próprios Jovens e para todos os outros após eles é que na vida em todas as áreas, foram de mal a pior, oprimidos, escravizados, roubados e espoliados, tudo porque deliberadamente nada quiseram saber de Deus, e tinham seus afazeres por mais importantes, a falácia da idolatria gritava aos seus ouvidos nestes termos: se um deus é bom, mais de um deveria ser muito melhor, o que de fato foi catastrófico para eles, eram diferentes e quiseram ser iguais aos povos da região, isso foi um laço para eles. O profeta Oséias, muitos séculos depois de Josué, vendo o que a falta de conhecimento prático e vivencial de Deus e, a falta de orientação do povo por parte daqueles que deveriam ensinar os caminhos de Deus, exclamou que o povo estava se perdendo por falta de conhecimento (Os 4.6).
A experiência de conhecer ou rejeitar a Deus foi à tônica de todas as gerações posteriores a Josué. Os apóstolos e os cristãos conheciam o caminho de Deus e ensinaram a próxima geração que tudo suportou para andar com Jesus (Hb 11.37). Assim demonstra a história dos mártires e confessores, bem como as milhares de vidas que foram mudadas pelo poder do Evangelho do Cristo vivo, também chamado Jesus Nazareno.
Jesus era chamado de “O caminho” no inicio do cristianismo (cf: At 9.2; 19.9; 19.23; 24.14; 24.22). Portanto, andar neste caminho é andar na luz, como ele (Jesus) andou (1Jo 2.6), para isso, é necessário saber onde o Senhor esta indo e a pergunta adequada a ser feita a ele é “Quo Vadis Domini Onde Vais Senhor?