sábado, 19 de dezembro de 2009

NOITE MARAVILHOSA


Naqueles dias César Augusto publicou um decreto ordenando o recenseamento de todo o império romano (Lc 2.1).

Mas, quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido debaixo da Lei (Gl 4.4).

Aconteceu no devido tempo. No dia certo, na hora certa, no ano certo, na estação certa. No tempo determinado por Deus antes dos tempos. Numa vilazinha de uma província romana bem distante da Capital do império. Bem longe dos palácios, do luxo, da ostentação. Num povoado de uma nação conquistada, subjugada, capturada. Naquela noite maravilhosa, mais uma criança veio ao mundo, mais um filho de Abraão, mais um judeu – herdeiro de uma tradição riquíssima, pertencente ao povo de Deus, mas um povo alquebrado sob o jugo romano. Não era uma criança qualquer. Era a Esperança de Israel que chegava ao mundo. Era o Messias prometido aos judeus. Era o Salvador do mundo, o Salvador de toda a humanidade. O Rei dos Reis, o Senhor dos Senhores, nascera numa pequena cidade chamada Belém, num estábulo, em meio à pobreza, à falta de recursos. Já nasceu abandonado pelos homens, já nasceu rejeitado pelo mundo em trevas.

A Estrela da Manhã resplandeceu na noite de Belém. Aquele bebê nascido entre a dor – a dor do parto, a dor da rejeição (“Não havia lugar para eles na hospedaria”, Lc 2.7), que veio a um mundo de dor, para enfrentar e vencer a dor, para resgatar as pessoas de uma eternidade de dor. A angustiante busca de um lugar para o parto havia acabado naquele estábulo, e naquela manjedoura descansava a Luz do mundo.

A promessa de redenção estava cumprida. Quem poderia imaginar que aquele pequenino, nascido naquele lugar paupérrimo, era o próprio Deus, o Criador e Senhor de todas as coisas? Quem poderia imaginar que suas mãos pequeninas, tão formosas, um dia seriam cravadas numa vil cruz romana? Quem poderia imaginar que aquela criancinha tão indefesa era o próprio Deus? Que milagre assombroso, espantoso, o maior de todos os milagres!

Obrigado por ter vindo, Senhor Jesus! Obrigado por ter vindo a este mundo de dor, por ter suportado tanta aflição, tanto sofrimento, somente para nos salvar! Não há palavras suficientes, em toda a eternidade, para agradecer-te e render-te louvores!

Menino extraordinário, criança maravilhosa, tão comum e ao mesmo tempo tão sublime! Que sentimentos agitavam-se em Maria ao amamentá-lo pela primeira vez? O que sentia José ao vê-lo ali, tal como o anjo lhe havia anunciado em sonhos, nove meses atrás? Que menino maravilhoso!

O nascimento do Rei dos Reis precisava ser anunciado apropriadamente. Mas não foi anunciado ao imperador romano, nem aos seus títeres na Judéia. Foi aos pastores, nos campos, ao relento, cuidando dos rebanhos, que o Exército do Céu anunciou o nascimento do Redentor.

O resplendor da glória divina irrompeu em fulgor na escuridão da noite, iluminando os campos e os montes ao redor e certamente apavorando aqueles pobres homens! A milícia celestial, o exército de Yahweh, surgiu anunciando a paz! Não a paz romana, estabelecida pelas armas e pelo morticínio, mas a paz verdadeira, a paz com Deus, a única paz que realmente importa.

“Vamos a Belém”, disseram os pastores uns aos outros, “vamos ver esse menino!” (cf. Lc 2.15).

Sim, vamos a Belém adorar o nosso Rei! Ele é digno! Glória a Deus nas alturas e paz aos homens aos quais Ele concede a Sua graça! Ao mundo, paz! Nasceu Jesus! A luz divina já pode irromper em nossos corações, já pode iluminar nossas vidas! Que Ele reine em nossas vidas com todo o Seu poder, com todo o Seu amor, com toda a Sua autoridade! Assim como Ele reinará um dia, quando regressar.

Já podemos experimentar a alegria da salvação – sim, Jesus nos dá alegria para viver! Nasceu o nosso Senhor! Que Ele nasça nos corações humanos, cada vez mais, nos corações daqueles que entregam suas vidas a Ele!

Que noite maravilhosa, aquela em Belém! Quem poderia imaginar que aquela criancinha era o Salvador do mundo? Quem poderia imaginar que a Estrela da Manhã havia nascido em Belém? Quem poderia imaginar que o Céu havia tocado a Terra? Quem poderia imaginar que a vida daquele menino era a vida de toda a Criação? Glória a Deus nas alturas! Nosso Bom Redentor nasceu! Senhor, que a tua luz resplandeça em nossas vidas, e que possa brilhar através de nossos atos, para o louvor da tua glória!

Naquela manjedoura estava a Luz do mundo, o Astro de fulgor eterno – que o brilho de Jesus Cristo resplandeça cada vez mais em nossas vidas.

Que noite maravilhosa, aquela em Belém!