sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Reforma Protestante Um Retorno às Raízes do Cristianismo

Salmo 37.39:
 “Vem do Senhor a Salvação dos Justos; Ele é a sua fortaleza no dia da tribulação
Introdução
A salvação é um termo muito amplo, e descreve a vida inteira dos que creem no Evangelho. Desde a consciência da necessidade de salvador até a entrada no Paraíso Celestial, é indispensável ter uma visão espiritual para entender e para receber isso, em contraste com a visão física, que se assenta sobre o perceber das coisas materiais, que percebe as formas, cores, profundidade, ou seja, as dimensões.
Não é somente um tipo de visão que temos, Jesus disse que “algumas pessoas vendo, não veem”, pois percebem somente o físico, não o espiritual: “Por isso lhes falo por parábolas; porque, vendo, não veem; e, ouvindo, não ouvem, nem entendem” (Mateus 13.13). Os olhos do coração precisam ser iluminados para poderem ver: “Para que o Deus de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da Glória, vos conceda espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele” (Efésios 1.17,18).
Há uma rebeldia por parte de algumas pessoas que não querem ver nem entender o que Deus Faz: “Filho do homem, tu habitas no meio da casa rebelde, que tem olhos para ver e não vê, tem ouvidos para ouvir e não ouve, porque é casa rebelde” (Ezequiel 12.2).
Há uma cegueira espiritual no mundo pós-moderno, cegueira essa que não é nova, mas é fruto de uma rebeldia por parte daqueles tem condições de ver e se tornam cegos, a glória de Deus está manifesta em todo lugar, mas poucos veem, por que? A Resposta é múltipla, mas um ponto pode ser discutido; há uma grande idolatria no âmago do ser de cada ser humano, e esta idolatria torna a visão material e materialista de mundo suplantar a visão espiritual das realidades.
Todavia, não devemos prezar por uma “espiritualidade ingênua”, crédula de tudo, a fé não é irracional, ainda que não possa ser devidamente explicada, em muitos casos, pois ao passo que é racional, não é racionalista, o que não a torna invalida.
A Visão espiritual madura sempre existiu na história do cristianismo, assim como a credulidade infantil, e sempre existirá, entretanto, o movimento da reforma protestante, na Europa do Século XVI, foi um grande salto, em relação ao que na época se propunha viver a espiritualidade. Espiritualidade era em muitos casos, sinônimo de Superstição e exploração monetária da fé, o que alguns ainda praticam, pois a visão de mundo que tem é material e materialista; O ter virou o “único” deus a ser adorado; esta é pois, a idolatria moderna, resultante de uma visão materialista da realidade.

I – Essa é a essência da doutrina Cristã sadia, ensinada pelos reformadores – Lutero, Calvino e John Knox

Martinho Lutero no século XVI, foi contra todo um emaranhado de promessas de aquisição do céu por meio do dinheiro, escrevendo então suas 95 teses. Foi excomungado e chamado a responder por heresia, diante de um tribunal, com a vida em risco, foi questionado: você revoga tudo o que escreveu? Ao que respondeu: “sou homem e posso errar, e se for convencido pela Escritura e pela razão simples, renego o que escrevi, de outra forma, ir contra a própria consciência não é são e nem justo, não posso e nem vou revogar o que escrevi, e que Deus me ampare”.
João Calvino em Genebra, foi um exemplo de como o Cristianismo protestante muda a realidade do lugar onde se insere, Genebra não era melhor do que qualquer vila europeia, era um lugar de refugiados franceses, e pra lá Calvino foi, incumbido de levar a diante a Reforma, passados mais de 400 anos e Genebra ainda celebra a reforma, como um avivamento de Deus que trouxe reflexos duradouros na economia, ética e educação.
John Knox na Escócia, foi o reformador estava em Genebra quando a Rainha Sanguinária Maria Tudor inundava o Reino Unido com o sangue de mártires. Todos estes países protestantes, são referência de liberdade e avanço educacional, não pela genialidade de seu povo, mas pela fé que os moveu a avançar mesmo quando as circunstancias contrarias forçavam pra traz. A salvação não está no ser humano, mas em Deus. O Deus Triúno que decidiu redimir a raça humana de sua condição caída.
O Salvador decidiu Planejar a Salvação, Providenciar os meios e a época para isso; Levar adiante o plano de redenção enviando Jesus para viver perfeitamente como nenhum ser humano poderia, e morrer de forma a substituir este ser humano em sua condenação, pagando sua dívida, e reatando a amizade do homem com Deus, e para completar seu plano, o Pai e o Filho enviaram o Espírito Santo, para aplicar no coração dos seres humanos esta verdade, abrir seu entendimento e ampliar sua visão, redirecionando o foco para onde deveriam olhar.

II – Esse é um fato necessário. Os Santos o reconhecem, pois:
Seus conflitos interiores fazem-nos saber que só Deus deve operar a Salvação. Os seres humanos são inconstantes e frágeis demais para se salvarem. É por isso que o profeta Jonas afirmou que a salvação vem do Senhor (Jonas 2.9), O Apóstolo Paulo enfatiza a mesma verdade afirmando que: “A salvação é pela graça por meio da fé, e que isso é um presente de Deus, não é adquiridos por boas obras, para que ninguém venha se gloriar diante de Deus” (Efésios 2.8,9).
As tentações exteriores levam-nos à mesma conclusão, se há segurança verdadeira, ela não pode surgir do próprio ser humano, então, aqueles que creem em Jesus como Salvador estão bem guardados.
A Inimizade que este sistema de coisas, que é dominado por pessoas sem Deus tem contra os valores éticos e morais da Bíblia, os afasta da luz, lançando-os na escuridão, e isso tem trazido consequências sociais drásticas, todavia, Deus é muito maior do que o mundo todo em armas.
Esta inimizade contra Deus e seus valores não é coisa recente, foi contra esta inimizade que os patriarcas, os profetas e todos os que amam e respeitam amorosamente Deus tiveram que enfrentar, tantos os que se separaram do curso normal da alienação deste mundo, no passado e entre eles, os reformadores, quanto os cristãos atuais, sempre reconhecerão que em matéria de orientação devemos reconhecer somente as Escrituras Sagradas.


III – Esse é um motivo para sermos humildes
Deus despoja o justo de todo orgulho, no fato de ser salvo, e não que o homem se salve a si mesmo, neste âmbito podemos afirmar que o homem é salvo, não se salva. Toda a altivez do ego cai por terra, pois tem que receber de graça aquilo que jamais poderia comprar.
A Visão correta sobre a salvação e a vida, como entendiam os reformadores despoja do ser humano toda autoconfiança quanto ao futuro, pois a fraqueza é inerente e permanente na criatura humana, sua inconstância é percebida durante todo o percurso da existência.
A humildade está no fato de tributar somente a Deus toda a glória, pois, somente ele é e, detém todos os atributos perfeitos de divindade e por um favor que não merecemos nos proporcionou salvação, por meio de Jesus, seu Filho único. Reconhecer este fato nos limpa de todo o sentimento de autoglorificação, pois o fiel sabe que, mesmo no céu entra de favor pela misericórdia de Deus, reconhece que em todas as coisas é devedor à graça soberana do Altíssimo.

IV – Esse é um terreno frutífero de esperança
A Visão correta, que os Protestantes ensinam reside em grande consolo pois, em referência as nossas próprias dificuldades – ensina-se que Deus pode conceder livramento. Nas lutas pessoais e tribulações diárias é fonte de força pois; com referência aos nossos irmãos provados – O senhor pode sustenta-los, santifica-los e livrá-los de todo o mal, e se acaso forem dignos de sofrer por causa de Cristo, serão bem aventurados pois grande será o galardão deles no céu..
Os Protestantes sempre usaram sua voz como os profetas do Antigo Testamento pois, com referência aos pecados – os seres humanos podem ser degradados, obstinados, ignorantes ou falsos demais, em nossa percepção humana, mas Deus pode salvar até os piores. Portanto Somente a Graça de Deus capacita o ser humano para ver melhor o mundo ao seu redor e a espiritualidade por meio da fé centrada nas Escrituras. Este é o legado dos grandes reformadores do Século XVI.

Soli Deo Gloria