Salmo 37.39:
“Vem do Senhor a
Salvação dos Justos; Ele é a sua fortaleza no dia da tribulação”
Introdução
A salvação é um termo
muito amplo, e descreve a vida inteira dos que creem no Evangelho. Desde a
consciência da necessidade de salvador até a entrada no Paraíso Celestial, é
indispensável ter uma visão espiritual para entender e para receber isso, em
contraste com a visão física, que se assenta sobre o perceber das coisas
materiais, que percebe as formas, cores, profundidade, ou seja, as dimensões.
Não é somente um tipo
de visão que temos, Jesus disse que “algumas pessoas vendo, não veem”, pois
percebem somente o físico, não o espiritual: “Por isso lhes falo por parábolas; porque, vendo, não veem; e, ouvindo,
não ouvem, nem entendem” (Mateus 13.13). Os olhos do coração precisam ser
iluminados para poderem ver: “Para que o
Deus de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da Glória, vos conceda espírito de
sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele” (Efésios 1.17,18).
Há uma rebeldia por
parte de algumas pessoas que não querem ver nem entender o que Deus Faz: “Filho do homem, tu habitas no meio da casa
rebelde, que tem olhos para ver e não vê, tem ouvidos para ouvir e não ouve,
porque é casa rebelde” (Ezequiel 12.2).
Há uma cegueira
espiritual no mundo pós-moderno, cegueira essa que não é nova, mas é fruto de
uma rebeldia por parte daqueles tem condições de ver e se tornam cegos, a
glória de Deus está manifesta em todo lugar, mas poucos veem, por que? A
Resposta é múltipla, mas um ponto pode ser discutido; há uma grande idolatria
no âmago do ser de cada ser humano, e esta idolatria torna a visão material e
materialista de mundo suplantar a visão espiritual das realidades.
Todavia, não devemos
prezar por uma “espiritualidade ingênua”, crédula de tudo, a fé não é
irracional, ainda que não possa ser devidamente explicada, em muitos casos,
pois ao passo que é racional, não é racionalista, o que não a torna invalida.
A Visão espiritual
madura sempre existiu na história do cristianismo, assim como a credulidade
infantil, e sempre existirá, entretanto, o movimento da reforma protestante, na
Europa do Século XVI, foi um grande salto, em relação ao que na época se
propunha viver a espiritualidade. Espiritualidade era em muitos casos, sinônimo
de Superstição e exploração monetária da fé, o que alguns ainda praticam, pois
a visão de mundo que tem é material e materialista; O ter virou o “único” deus
a ser adorado; esta é pois, a idolatria moderna, resultante de uma visão
materialista da realidade.
I – Essa é a essência da doutrina
Cristã sadia, ensinada pelos reformadores – Lutero, Calvino e John Knox
Martinho
Lutero no século XVI, foi contra todo um emaranhado de promessas de aquisição
do céu por meio do dinheiro, escrevendo então suas 95 teses. Foi excomungado e
chamado a responder por heresia, diante de um tribunal, com a vida em risco,
foi questionado: você revoga tudo o que escreveu? Ao que respondeu: “sou homem
e posso errar, e se for convencido pela Escritura e pela razão simples, renego
o que escrevi, de outra forma, ir contra a própria consciência não é são e nem
justo, não posso e nem vou revogar o que escrevi, e que Deus me ampare”.
João
Calvino em Genebra, foi um exemplo de como o Cristianismo protestante muda a
realidade do lugar onde se insere, Genebra não era melhor do que qualquer vila
europeia, era um lugar de refugiados franceses, e pra lá Calvino foi, incumbido
de levar a diante a Reforma, passados mais de 400 anos e Genebra ainda celebra
a reforma, como um avivamento de Deus que trouxe reflexos duradouros na
economia, ética e educação.
John
Knox na Escócia, foi o reformador estava em Genebra quando a Rainha Sanguinária
Maria Tudor inundava o Reino Unido com o sangue de mártires. Todos estes países
protestantes, são referência de liberdade e avanço educacional, não pela
genialidade de seu povo, mas pela fé que os moveu a avançar mesmo quando as
circunstancias contrarias forçavam pra traz. A salvação não está no ser humano,
mas em Deus. O Deus Triúno que decidiu redimir a raça humana de sua condição
caída.
O
Salvador decidiu Planejar a Salvação, Providenciar os meios e a época para
isso; Levar adiante o plano de redenção enviando Jesus para viver perfeitamente
como nenhum ser humano poderia, e morrer de forma a substituir este ser humano
em sua condenação, pagando sua dívida, e reatando a amizade do homem com Deus,
e para completar seu plano, o Pai e o Filho enviaram o Espírito Santo, para
aplicar no coração dos seres humanos esta verdade, abrir seu entendimento e
ampliar sua visão, redirecionando o foco para onde deveriam olhar.
II – Esse é um fato necessário. Os
Santos o reconhecem, pois:
Seus
conflitos interiores fazem-nos saber que só Deus deve operar a Salvação. Os
seres humanos são inconstantes e frágeis demais para se salvarem. É por isso
que o profeta Jonas afirmou que a salvação vem do Senhor (Jonas 2.9), O
Apóstolo Paulo enfatiza a mesma verdade afirmando que: “A salvação é pela graça
por meio da fé, e que isso é um presente de Deus, não é adquiridos por boas
obras, para que ninguém venha se gloriar diante de Deus” (Efésios 2.8,9).
As
tentações exteriores levam-nos à mesma conclusão, se há segurança verdadeira,
ela não pode surgir do próprio ser humano, então, aqueles que creem em Jesus
como Salvador estão bem guardados.
A
Inimizade que este sistema de coisas, que é dominado por pessoas sem Deus tem
contra os valores éticos e morais da Bíblia, os afasta da luz, lançando-os na
escuridão, e isso tem trazido consequências sociais drásticas, todavia, Deus é
muito maior do que o mundo todo em armas.
Esta
inimizade contra Deus e seus valores não é coisa recente, foi contra esta
inimizade que os patriarcas, os profetas e todos os que amam e respeitam
amorosamente Deus tiveram que enfrentar, tantos os que se separaram do curso
normal da alienação deste mundo, no passado e entre eles, os reformadores,
quanto os cristãos atuais, sempre reconhecerão que em matéria de orientação
devemos reconhecer somente as Escrituras Sagradas.
III – Esse é um motivo para sermos
humildes
Deus despoja o justo de
todo orgulho, no fato de ser salvo, e não que o homem se salve a si mesmo,
neste âmbito podemos afirmar que o homem é salvo, não se salva. Toda a altivez
do ego cai por terra, pois tem que receber de graça aquilo que jamais poderia
comprar.
A Visão correta sobre a
salvação e a vida, como entendiam os reformadores despoja do ser humano toda
autoconfiança quanto ao futuro, pois a fraqueza é inerente e permanente na
criatura humana, sua inconstância é percebida durante todo o percurso da
existência.
A humildade está no
fato de tributar somente a Deus toda a glória, pois, somente ele é e, detém
todos os atributos perfeitos de divindade e por um favor que não merecemos nos
proporcionou salvação, por meio de Jesus, seu Filho único. Reconhecer este fato
nos limpa de todo o sentimento de autoglorificação, pois o fiel sabe que, mesmo
no céu entra de favor pela misericórdia de Deus, reconhece que em todas as
coisas é devedor à graça soberana do Altíssimo.
IV – Esse é um terreno frutífero de
esperança
A Visão correta, que os
Protestantes ensinam reside em grande consolo pois, em referência as nossas
próprias dificuldades – ensina-se que Deus pode conceder livramento. Nas lutas
pessoais e tribulações diárias é fonte de força pois; com referência aos nossos
irmãos provados – O senhor pode sustenta-los, santifica-los e livrá-los de todo
o mal, e se acaso forem dignos de sofrer por causa de Cristo, serão bem
aventurados pois grande será o galardão deles no céu..
Os Protestantes sempre
usaram sua voz como os profetas do Antigo Testamento pois, com referência aos
pecados – os seres humanos podem ser degradados, obstinados, ignorantes ou
falsos demais, em nossa percepção humana, mas Deus pode salvar até os piores. Portanto
Somente a Graça de Deus capacita o ser humano para ver melhor o mundo ao seu
redor e a espiritualidade por meio da fé centrada nas Escrituras. Este é o
legado dos grandes reformadores do Século XVI.
Soli
Deo Gloria
Nenhum comentário:
Postar um comentário