sexta-feira, 28 de agosto de 2009

A PREGAÇÃO COM BASE NO ANTIGO TESTAMENTO: É MESMO NECESSÁRIA?



Introdução

Certo autor, ao descrever a importância do Antigo Testamento, intitulou sua obra de “o livro que Jesus lia”, não há dúvida em que todo o cristão já se deparou com a pergunta ao ler o livro de Número, por exemplo: “por que estou lendo isso” ou “no que isso será relevante para minha vida”. O antigo Testamento tem sido negligenciado nos púlpitos, isso porque alguns têm usado suas figuras para vender rosa, água e etc...

Levando alguns, a outro extremo, o de não pregar nele e sobre ele.

Cristo é descrito em cada livro da Antiga Aliança, exposto em cada cena graciosa, em cada geração que passa a esperança do messias que viria aumentava como a luz que surge na manhã.

A pregação no Antigo Testamento

Como vimos, o Antigo Testamento exerce primordial importância para a nossa compreensão de como se desenvolveu o Teísmo judaico-cristão. Como se desenrolou gradativamente a revelação do plano de redenção e como foram surgindo às doutrinas centrais encontradas no Antigo Testamento.

A pregação no Antigo Testamento ontem. Uma prática quase esquecida.

Quando leio obras como: Justino de Roma, mais conhecido por Justino o mártir, que de forma magistral, usa o Antigo Testamento não somente para defender a cristã, mas também para apresentar a Jesus o Messias a um grande mestre judeu de seu tempo chamado Trifão. Justino lembra a Trifão que não existe sabedoria maior que entre os profetas de Israel, pois esses mesmos profetas, e até mesmo o próprio Moisés falavam de um maior profeta futuro, de uma nova aliança que seria estabelecida, não como a aliança do Sinai, mas uma aliança em que Deus imprimiria a sua lei nos corações. E estamos falando de um homem que escreveu em torno de 150 d.C. e que usava amplamente o Antigo Testamento.

Mesmo estando no Século XVI, Calvino demonstra o Antigo Testamento de maneira encantadora, veja-se, por exemplo ‘As institutas’. Lutero olhando para Romanos 1.17. Descobriu que: “o Justo viverá pela , não esqueceu ele por certo, que o profeta Habacuque 2.4 havia dito isso, e que o próprio Abraão foi justificado pela sua . De forma arrebatadora leio o “velho Hodge”, “o antigo Strong”, o “esquecido Bavinck”. Todos eles através de sua erudição conquistaram prestigio, e através de sua o Reino eterno, deixando-nos a responsabilidade de sermos Cristãos de uma Bíblia completa, e de uma tarefa inacabada, apresentar Cristo a todos, ao gentio que não sabe nada do Deus único e ao judeu estudioso da Torah. todos precisam compreender o evangelho, o evangelho da salvação pela no Ungido de Deus, descrito em todo o Antigo Testamento, e revelado no Novo Testamento.

A pregação no Antigo Testamento hoje. Uma necessidade que precisa ser redescoberta.

Por mais incrível que pareça atualmente o Antigo Testamento está sendo Deixado de lado. Raramente ouço mensagens com base no Antigo Testamento, e quando as ouço, são na grande maioria das vezes mensagens sem sentido, quando não ‘erradas’. E isso, falo a nível nacional.

Não deveria ser assim, mas o que pude constatar é que; com o passar do tempo, com o avanço da tecnologia e do conhecimento e comodidade, na facilidade que se tem de adquirir conhecimento, o povo e não somente o povo, mas o que é mais trágico, os “ministros” têm se esquivado do estudo sério das Escrituras, em especial o Antigo Testamento, daí ouvirmos absurdos, tais como os que dizem que Deus não saberia qual seria a atitude de Abraão, por isso Ele provou a Abraão pedindo Isaque em holocausto, há ainda aqueles que logo após as Tsunamis em 2004 na Indonésia, taxaram Deus de impotente por não impedir desastres, mas o desastre é que essas declarações não são de ateus ou críticos do cristianismo, mas de cristãos, e pior, de líderes, poderia ainda falar de muitos outros casos, mas creio que me estenderia demasiadamente tratando desse aspecto da soberania e onipotência de Deus, tão amplamente ensinados no Antigo Testamento. Poderia fazer menção daqueles que trazem elementos ritualísticos do judaísmo para dentro do cristianismo

Tudo isso é um reflexo da tendência mundial, que está muito em voga hoje, que é: ‘desprezar a teologia tradicional’, com todos os seus elementos bíblico-históricos, com isso vemos a crescente onda de relativismo teológico e moral a que passa a igreja mundial hoje.

No presente a ‘Teologianão é mais uma teologia, mas transformou-se numa ‘antropologia’, pois o foco de tudo não é mais a Deus e sua soberania. Mas o homem e “seus direitos”, e essa antropologia que tem sido ensinada e pregada trouxe do túmulo velhas heresias a muito esquecidas na outra América, como a teologia do processo ou teologia relacional, abraçada por pessoas que tem muito destaque na mídia evangélica, sem falar na crescente no universalismo.

Não é somente o Antigo Testamento que tem sido banido de nossas cátedras e de nossos púlpitos, mas a Bíblia como um todo, tem sido desprezada, a doutrina está sendo trocada pelarevelação”, nunca antes se viu uma geração tão ignorante com referencia a Bíblia como a nossa atual geração. Desde que Gutenberg deu a Bíblia ao povo, nunca se viu tanto o povo sem Bíblia.

Entre os fatores primordiais para a exclusão do Antigo Testamento dos púlpitos, eu poderia citar, a falta de conhecimento do mundo antigo, costumes e das épocas em que os livros foram escritos, levando em consideração que estamos separados por milênios dos acontecimentos registrados, há também o abismo dos costumes por se tratarem de um povo oriental, muitas vezesincompreensões de fatos históricos e, ainda imprecisão do idioma hebraico que tem contribuído para diferenças nas traduções, no entanto a falta de preparo teológico por parte dos “ministros” tem sido de longe, o maior motivo para o banimento do Antigo Testamento.

A pregação no Antigo Testamento amanhã. Uma tarefa monumental.

A pregação tendo como base o Antigo Testamento é muito importante, e necessária; como falei, o Antigo Testamento nos apresenta o pecado do homem, e a impossibilidade de haver alguém sem pecado. Quando nos deparamos com o sacrifício levítico, nos aparatos do tabernáculo e posteriormente do templo. Impossível é não pensarmos em Jesus, o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, que como cordeiro mudo foi levado pelos seus tosquiadores, aquele Messias, rei pobre, que o profeta Zacarias descreve entrando em Jerusalém, que na cruz nós o reputávamos por aflito e ferido de Deus, aquele de quem os homens virariam o rosto e zombando diriam nas palavras descritas por Davi no Salmo 22: “confiou em Deus, que o livre”.

Daniel disse que Ele seria retirado da terra, realmente importava que o Messias devesse morrer, mas o túmulo não teve poder para segurá-lo, nem mesmo os melhores soldados de elite do mundo puderam o fazer continuar na sepultura e, o Salmo 24 irrompe em alegria em descrever suas exaltações nas maiores alturas celestiais: “Levantai, ó portas, os vossos frontões, elevai-vos, antigos portais, para que entre o rei da glória! Quem é esse rei da glória? É Iahweh, o forte e valente, Iahweh o valente das guerras. Levantai, ó portas os vossos frontões, elevai-vos, antigos portais, para que entre o rei da glória! Quem é esse rei da glória? É Iahweh dos Exércitos: ele é o rei da glória!”.

Por isso Devemos nos voltar mais para o Antigo Testamento para melhor entender o plano de redenção, a nossa situação, nossa salvação e nosso futuro. É mister que voltemos a usar o Antigo Testamento com a seriedade e sobriedade que ele merece, para ensinar a essa geração que não de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.

Conclusão

A pregação tendo como base o Antigo Testamento é de particular importância para o cristianismo, pois é a preparação para o Novo, e traz as mesmas verdades, de forma mais velada. Quando Spurgeon preparou uma série de sermões sobre os salmos, ele intitulou-os de “os tesouros de Davi”, o Antigo Testamento é um Tesouro disponível a nós e nosso povo, que se abra então o livro sagrado do antigo pacto e ensinado sobre a graça que pairava sobre a igreja do Antigo Testamento.

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