terça-feira, 17 de abril de 2012

Justiça sem Deus é Injustiça


Amós 6.12
“Poderão correr cavalos na rocha? E lavrá-la com bois? No entanto, haveis tornado o juízo em veneno e o fruto da justiça, em alosna.”
Amós foi um homem do campo e cuidava do gado em uma região da Judéia, chamada de Tecoa. O período em que Amós assumiu a tarefa dada a ele por Deus, ser um profeta, a nação estava corrompido e a maldade e corrupção chegavam a graus alarmantes. Os pobres eram oprimidos e o direito era torcido para beneficio próprio e de poderosos.
Por isso então, Deus traria Juízo sobre a nação. Nação esta que se achava distinta das demais, todavia a sua distinção das outras nações estava perdida. O que fazia de Israel (Nação toda), distinta, era a aliança com Deus, no momento em que eles abandonaram os preceitos de deus e começaram a viver segundo bem lhes parecia, sua distinção como nação de Deus se perdeu e tornaram-se dessa forma, piores do que as nações pagãs que as rodeavam.
I – A Justiça Torcida no Tempo de Amós e a Justiça torcida nos dias de Hoje
Nos tempos de Amós, o povo era oprimido pelos poderosos, que tinham investidura para conduzir a nação no caminho da Justiça e da harmonia, recebendo assim, o fruto de sua distinção, porém, Os reis e os magistrados banqueteavam-se com a impiedade. Ao passo que o povo tornava-se ímpio, ao afastar-se de Deus e quebrar a aliança com ele; os reis e magistrados tornaram-se ímpios profissionais, pois deviam orientar e desorientavam; deviam ser justos e eram injustos, deveriam ser bons e eram maus, deveriam ser tementes a Deus e tornaram-se néscios, deveriam ser defensores dos fracos e dos marginalizados, porém, tornaram-se, seus reais opressores - ímpios profissionais.
O clamor dos fracos nem sempre foi bem visto. Friedrich Nietsche, por exemplo, em seu livro: “O Anticristo” ataca o cristianismo e o Deus Cristão como, sendo os defensores dos mais fracos. O Ideal de “Super homem”, que mais tarde vingou no pensamento de Hitler, e o levou a tentar purificar a raça ariana, e ao genocídio de milhares de homens, mulheres e crianças, que estavam indefesos em campos de concentração nazistas. Deus dos céus viu aqueles assassinatos e ouviu o choro de milhares de milhares que padeciam de fome, frio, trabalhos forçados e a angústia mortal dos sofredores.
Para os nazistas, a carnificina, o genocídio, as câmaras de gás, eram males necessários para que surgissem homens mis fortes, mais puros, perfeitos, os fracos e inferiores deveriam ser exterminados.
Hitler saiu de cena como pessoa, porém não como ideal de vida, pois, para a sobrevivência dos mais fortes, os mais fracos e indefesos devem ser exterminados, “descartados”, pois suas vidas são inviáveis, e trazem mais prejuízos do que ganhos.
A.       Amós, como um profeta de Deus, levanta-se em meio à maldade dos Juízes de alega que seus julgamentos são antinaturais. Assim como, os cavalos não podem andar nas rochas, e convém lembrar que neste período não ferravam os cavalos, o que faria tal empreendimento arrancar os cascos dos cavalos, cavalos não andam em rochas, não escalam montanhas. Um cavalo que andasse em rochas seria antinatural, algo que não vem de sua natureza intrínseca.
B.       Da mesma forma como um cavalo andando sobre rochas seria loucura, até mesmo antinatural, arar o mar seria inútil e mesmo uma sandice, quem faria tal coisa? Amós expõe a loucura dos Juízes ao julgar e condenar inocentes, seria mais fácil um cavalo galopar sobre as alturas rochosas de uma montanha, ou um anencefálico arar o mar, do que Deus deixar de Julgar as loucuras que são feitas para o prejuízo da vida humana, que deveria ser salva e antinaturalmente é condenada, e que para isso, inutilmente tenta-se argumentar científica, moral e filosoficamente.
C.       Amós denuncia que, Os guardiões da Justiça, haviam tornado o Juízo em Veneno. Tomemos a palavra veneno em suas aplicações: a primeira delas é: substância que em contato com o organismo, o prejudica e compromete o funcionamento deste, podendo levar a óbito, em segundo lugar, figuradamente, pode ser aquilo que corrompe moralmente, má intenção ou mesmo, interpretação maldosa.
D.       E por fim, o Profeta de Tecoa, denúncia, que o fruto daquilo que no passadofora justo, todavia, doravante, tem se tornado em amargura de injustiça e maldade.
II – Quando o Parecer Jurídico mata aquele que deveria amparar, o Juízo é tornado em Veneno.
Assim como fora na longínqua Israel do passado, repetiu-se antinaturalidade dos pareceres jurídicos no decurso da história, com as gerações que nos antecederam. Assim também nos sucede na época presente.
Nos últimos dias votou-se no Supremo Tribunal Federal a assim chamada “ADPF 54”. Que estruturalmente é uma ação iniciada no ano de 2004, e julgada entre os dias 11 e 12 do corrente mês, e que liberou o aborto quando, o nascituro é diagnosticado anencefálico.
Mas o fato jurídico atual do aborto a anencefálicos, não pretende simplesmente salvaguardar a mulher de traumas durante e pós-gestação, deve-se perceber que tal parecer, tem por finalidade, criar precedentes para mais tarde obter-se a completa legalização do aborto no Brasil.
Ademais, o Supremo Tribunal Federal extrapolou sua competência legal ao julgar o mérito da questão, pois, o poder legislativo é quem deveria fazê-lo. Sendo que, a constituição Federal lega aos parlamentares esta prerrogativa.
É tão absurdo e ultrajante à vida, o parecer do STF, que o ministro Cezar Peluso, Começou por dizer que “a vida não é conceito artificial criado pela ciência jurídica para efeitos práticos”, já que “a vida e a morte são fenômenos pré-jurídicos dos quais o direito se apropria para determinados fins”. E frisou: “Todos os fetos anencéfalos, a não ser que estejam mortos, têm vida. Se o feto não tivesse vivo, não poderia morrer”. Assim, ainda segundo Cezar Peluso, “o aborto provocado de feto anencéfalo é conduta vedada, de modo frontal, pela ordem jurídica, e esta Corte não tem poder ou competência para abolir ou atenuar o crime de aborto”.(Fonte: Jornal do Brasil, 12/04/2012).
Mesmo as audiências públicas ocorridas 16/08/2008; 26/08/2008 e 28/08/2008, com formidáveis exposições pró-vida, por parte dos representantes da CNBB, e de organizações pró-vida, foram capazes de reverter a situação. Impetrando hoje, decorridos alguns anos, das audiências, em nós, brasileiros, o  gosto amargo do genocídio permitido pelas instituições federais no Brasil.
O que o STF esta abrindo, são as portas para o assassinato de milhões de vidas de fato e de direito, que não mais nascerão. O hálito da barbárie novamente se percebe, decorridos apenas poucas décadas desde Hitler. A Sociedade ocidental, que se gaba de abrir precedentes há coisas que no passado não distante eram impensáveis, a semelhança de Israel dos tempos de Amós, o terremoto será a paga pela depravação das esferas sociais e públicas. Terremoto que talvez não seja pela movimentação de placas tectônicas, mas a semelhança do passado, ao período de Amós, foi o cativeiro e a escravidão.
Cativeiro da impiedade, tornando homens em feras, desumanizando a humanidade. Matando indefesos, a quem se deveria proteger e cuidar enquanto tivesse vida. Mas o que é vida? Perguntam; o que é a verdade? Indagam; quando acontece a morte? Inquirem, somente com o intento de relativizar o absoluto para que seus planos de lucro pela morte que será causada, seja coberta pelo manto podre do pretenso auxílio ao  mais forte.
Nietsche estaria ao lato do STF, afinal, os fracos e indefesos não merecem a vida. Hitler se congratularia com a notícia, talvez até elevasse um brinda em frente a suástica nazista dos aperfeiçoados e puros, homens sem defeitos.
Tal parecer jurídico do STF permitindo o aborto de Anencefálicos, nada mais é do que uma nódoa em nossa sociedade, a qual, a semelhança os religiosos Fariseus dos tempos de Jesus, que; reconheciam que seus pais haviam matado os profetas, e então embelezam os túmulos dos arautos de Deus, declarando assim que o seus pais fizeram errado, porém eles ainda fizeram o pior, pois pediram a liberdade de um criminoso chamado Barrabás e condenaram o Filho de Deus. Que nossa sociedade, não fique calada engolindo uma aberração jurídica atrás da outra, que através de malabarismos hermenêuticos fazem lei, o que por natureza não o é.
III – O Resultado do parecer Jurídico reflete a maldade temporal de cada geração.
Se nossa geração, nada fizer concernente aos desmandos, abusos, e paganização que está se alastrando no Brasil, não seremos dignos de sermos chamados cristãos, sobre nós não estará o espírito que moveu os mártires antigos em sua luta pela verdade do Evangelho de Jesus Cristo.
Se pararmos de seguir e enriquecer falsos apóstolos e falsos profetas e focarmos nossa atenção em lutar pelos desvalidos oferecendo o evangelho que trás esperança e lutando pela esperança que o evangelho descreve, aí então, seremos dignos do nome que levamos – Cristãos.
Caso contrário, seremos cooptados a presente manifestação anticristã, que também é anti-vida e antinatural. Que o conselho de Paulo o apóstolo lhe agarre pela mão: “não se conforme com este mundo” transforme-se mentalmente pelo Evangelho.
Que Pedro, João, Lucas, Mateus          , Gregório de Nissa, Lutero e tantos outros sejam nossos heróis, e não aqueles que tudo fazem diante da TV, para ganhar dinheiro.
IV – O Juiz que torce o direito aqui nesta vida será réu na vindoura.
Nem mesmo um Juiz iníquo, que não teme a Deus e nem respeita os homens, está alheio à responsabilidade de seus atos diante do tribunal do Juízo no último dia.
Construir precedentes sem justiça levará a ruina, pois Deus ouve o clamor do desamparado vê o sangue do inocente, jamais terá o culpado por inocente.
Por isso, senhores, todo aquele que consente na morte de um inocente, pelo sangue do inocente prestará contas. Continuem a abrir precedentes para o infanticídio, enchendo os bolsos de clínicas da morte e enriquecendo aborteiros, Josef Mengele ficaria orgulhoso destes colegas de profissão. Continuem Senhores a fazer injustiça, pois ficarão de fora os cães, os assassinos.
Fica o Salmo 82. Como lembrete aos “deuses da Justiça Brasileira”: “1Deus assiste na congregação divina; no meio dos deuses, estabelece o seu julgamento. 2Até quando julgareis injustamente e tomareis partido pela causa dos ímpios? 3Fazei justiça ao fraco e ao órfão, procedei retamente para com o aflito e o desamparado. 4Socorrei o fraco e o necessitado; tirai-os das mãos dos ímpios. 5Eles nada sabem, nem entendem; vagueiam em trevas. vacilam todos os fundamentos da terra.6Eu disse: sois deuses, sois todos filhos do Altíssimo. 7Todavia, como homens, morrereis e, como qualquer dos príncipes, haveis de sucumbir.”.
E ao descer ao mundo dos mortos haverá a prestação de contas no tribunal que não erra.
Conclusão
Tempos maus exigem cristãos excelentes, cada geração teve seus campeões, seus profetas, que muito pouco previam o futuro, mas denunciavam o erro, e advertiam o povo e as autoridades. Norteando o caminho de volta à retidão e a Justiça. Que Amós nos inspire a lutar pelos desamparados, que são condenados a morte.
Quando o direito é corrompido, a esperança firma-se no Deus Justo, que transcende a compreensão humana, mas que nem por isso, se afastou de sua criação, mas mostra-se ao homem, revela-se. E sua revelação escrita, a Bíblia, é o padrão maior de Justiça a ser seguido, pois aponta o caminho para o Céu.
Crendo ou descrendo, todos os seres humanos prestarão contas de seus atos ao Todo poderoso, que julgará com justiça, não por pressão ou pré-conceitos. Seu parecer jamais poderá ser contestado, quer por homens em desgraça ou por demônios infernais.
Deus é o Senhor do Universo e Juiz de toda a criação racional – que um dia apresentar-se-á diante dele para prestar contas.

6 comentários:

Fábio Vaz dos Santos disse...

Excelente análise, grande amigo. Que tempos os nossos... tu tens toda a razão: tempos maus exigem cristãos excelentes. Não podemos ficar calados enquanto nosso país mergulha na barbárie.

Anônimo disse...

Caríssimo Fábio!
mesmo que o texto esteja defeituoso, por causa de minha pena imperita, a idéia foi transmitida, apesar de minha mã gramática neste tema.
obrigado por sua contribuição, que sempre acrescenta com seus comentários
abç

Anônimo disse...

Bons exemplos históricos!
O salmo 82 enfatiza o poder do Criador da vida. Só Deus pode dá-la ou tirá-la.
Quanto tempo a sociedade precisará para entender isso?
obs: lembrando o principal argumento do STF, o trauma da gestante, pode acontecer também por causa do processo abortivo.
A paz de Cristo!
Alexandre Pedrozo

Anônimo disse...

caríssimo Alexandre!
que poderia eu dizer, depois de sua colocação certeira? os argumentos do STF, na verdade são falaciosos, isto é evidente pelo que percebemos nas argumentações dos ministros.
obrigado pela participação neste blog.
abç

Anônimo disse...

Caro Rev. Geremias.
Abordagem contextualizada corretissimamente. Vivemos em dias muito semelhantes aos dias de Amós. Injustiças por toda parte. Os fracos sendo pisoteados pela arrogancia dos que se julgam mais fortes. O que vivemos em nossos dias é o resultado da relatização da verdade. Nosso povo já não reconhece a verdade de Deus revelada nas Escrituras, onde só Ele tem poder sobre a vida e a morte. Nosso povo, na sua maioria, são compostos de pessoas interesseiras que buscam tirar vantagens de politicos maus e corruptos. Isso não mudará no congresso e STF senão mudar nos lares de nossa pátria, que é chamada de " mae gentil".(Que ironicamente decide tirar a vida) precisamos sim de dar uma resposta a esses individuos nas urnas de votação; No nosso viver a CRISTO JESUS, AUTOR DA VIDA, diariamente. Deus te abençoe grandemente. Siga sendo Benção. Gn.12.2

João Pepi

Anônimo disse...

Caríssimo Pepi!
Realmente, o que falta ao nosso povo é o conhecimento de Deus que é revelado na Escritura, e o que o STF faz, é apenas um reflexo de como anda a sociedade - brilhante colocação a sua. Deus siga te abençoando, Reitero caro Reverendo, quando quiser mandenos suas reflexões para enriquecer o assunto
graça e paz