O Espírito Santo é Deus, conhecido tradicionalmente como “a Terceira
Pessoa da Trindade”. É Ele quem efetua a experiência do novo nascimento, também
chamada de batismo no Espírito Santo. Isso ocorre no momento em que cremos em
Jesus e entregamos nossa vida a Ele, quando então recebemos o Espírito Santo.
Assim, o cristão torna-se templo vivo do Deus vivo, templo do Espírito Santo,
morada de Deus, unido a Cristo e participante das bênçãos da salvação. Esse
“batismo” marca o início de nossa nova vida em Cristo e é, também, a nossa
integração ao Corpo de Cristo, a Igreja. O batismo no Espírito Santo também
recebe os nomes de selo, penhor, habitação, regeneração e novo nascimento,
entre outros.
O cumprimento das promessas do derramamento do Espírito Santo deu-se em
Jerusalém sobre os discípulos de Cristo (At 2.1-21,33). Os crentes samaritanos
também receberam o derramamento do Espírito (At 8.14-17), bem como os gentios
convertidos a Cristo (At 10.44-46). Os sinais – especialmente o falar em
línguas – autenticavam a realidade do derramamento do Espírito. Os cristãos
judeus precisavam desse tipo de autenticação, para aceitar os crentes
samaritanos e gentios como irmãos em Cristo (cf. At 11.17,18). Os cristãos
efésios, de igual maneira, receberam o Espírito (At 19.2-6). Estava cumprida a
promessa (At 2.39).
Em todo o Novo Testamento, não há nenhum trecho, nenhuma passagem, onde
conste uma exortação para “buscar o batismo no Espírito Santo”. Por quê? Porque
o batismo no Espírito Santo é o ato soberano e gracioso de Deus de enviar o
Espírito para os crentes no momento da
conversão, ao receberem Jesus Cristo como Senhor e Salvador de suas vidas,
unindo-os então ao Corpo de Cristo, a Igreja (At 2.38,39; Ef 1.13,14; Rm 8.9;
1Co 12.13). Quando a pessoa crê em Jesus Cristo como seu Salvador e Senhor, recebe o
Espírito (Rm 8.8,9; 1Co 12.13; Ef 1.13). No caso de At 2, houve o cumprimento
histórico de uma profecia (Jl 2.28-32; cf. At 2.17-21). Esse cumprimento
precisava ser perceptível para ser reconhecido (At 2.12,16). E foi o início de
um novo relacionamento entre o Espírito Santo e o povo de Deus. Hoje, tais
sinais perceptíveis já não são necessários, e o dom de línguas, assim como
qualquer outro dom espiritual, não é um “sinal” do batismo no Espírito Santo,
mas sim um presente de Deus àqueles que já são habitação do Espírito, pela fé em Jesus. Experiências
posteriores de crentes atuais com o Espírito Santo (como o falar em línguas,
por exemplo) são explicadas, biblicamente, como a “plenitude” ou enchimento do
Espírito – ou, simplesmente, conversão genuína! [1]
Experiências com o Espírito Santo são sempre bem-vindas – quando
genuínas! O Espírito Santo é Deus; Ele não virá com poder sem um propósito
definido, visando glorificar a Deus. Toda experiência genuína com o Espírito
Santo causará, certamente, uma mudança no caráter e na vida do crente,
santificando-o e tornando-o uma pessoa mais amorosa, mais humilde e mais ativa
no serviço a Deus e na fé em Cristo. Infelizmente , hoje em dia, em muitos
lugares, o Espírito Santo é usado como mero pretexto para experiências
subjetivas e meramente emocionais, que nada têm a ver com a genuína experiência
cristã. O Espírito Santo jamais fará qualquer coisa contrária à Palavra que Ele
mesmo inspirou e esclarece.
NOTA:
[1]. Mais informações sobre batismo e plenitude do
Espírito Santo podem ser encontradas em GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática. São Paulo: Vida Nova, 1999; e STOTT, John. Batismo e Plenitude do Espírito Santo.
2. ed. São Paulo: Vida Nova, 1986.
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