"Lembre-se do seu Criador (...) Sim, lembre-se dele, antes que se rompa o cordão de prata, ou se quebre a taça de ouro; antes que o cântaro se despedace junto à fonte, a roda se quebre junto ao poço, o pó volte à terra, de onde veio, e o espírito volte a Deus, que o deu" (Ec 12.1,6,7).
Por PATRICK ZUKERAN.
Diferentes perspectivas sobre a morte
Desde o princípio da humanidade, o homem convive com a pergunta: “O que acontece depois da morte?”. Nossa resposta a essa pergunta tem enorme relevância para a nossa vida aqui na terra. Ainda que muitos passem a maior parte de suas vidas tentando fugir do assunto, mais cedo ou mais tarde terão de enfrentá-lo! Há muitas respostas para essa pergunta, todas diferentes umas das outras.
Os ateus creem que ao morrer deixamos de existir. Não há vida depois da morte nem alma eterna que continua a viver. A única coisa que podemos esperar é nossa morte inevitável, e a futura morte (extinção) da humanidade, e a morte (o fim) do universo. E é diante desse futuro que o ateu busca encontrar sentido e propósito para a vida, inclusive a sua própria.
As religiões orientais, o espiritismo e a Nova Era, que sustentam uma visão panteísta do mundo, ensinam que cada ser percorre um ciclo quase infindável de reencarnações até que consiga romper o ciclo e tornar-se um com o Divino. A forma que uma pessoa tome na vida seguinte dependerá do modo como ela viveu em sua vida anterior (a lei do karma). Ao finalmente unir-se com o Divino, deixa de existir como indivíduo, tornando-se parte da força cósmica, como uma gota de água que cai no oceano. Desaparece no oceano cósmico divino, deixa de existir como indivíduo, sua personalidade desaparece para sempre.
Os que praticam religiões animistas ou tribais creem que depois da morte a alma permanece na terra ou viaja para reunir-se com os espíritos dos antepassados, no submundo, também chamado de reino das sombras. Durante toda a eternidade essas almas vagam na escuridão, sem experimentar alegria ou sofrimento. É possível invocar alguns desses espíritos para atormentar os que vivem sobre a terra.
O islamismo ensina que no final dos tempos Alá julgará as obras de todos os homens. Aqueles cujas boas obras sobrepujarem suas más obras poderão entrar no Paraíso. Os demais serão sentenciados ao inferno. O Corão ensina que no Paraíso os homens beberão vinho e serão servidos por muitas virgens, as quais poderão tomar para si como suas esposas.
A maioria das perspectivas sobre a vida além da morte afirma-se sobre uma fé não comprovada, mas a esperança cristã tem uma particular certeza por dois motivos: a ressurreição de Cristo e o testemunho da Palavra de Deus. A Bíblia oferece a perspectiva real daquilo que acontece após a morte. No entanto, muitos cristãos estão enganados em sua interpretação da vida após a morte. Alguns creem que serão transformados em anjos, outros acreditam que entrarão num estado de “sono da alma”, outros pensam que passarão a eternidade cantando e tocando harpa...mas o que a Bíblia realmente ensina?
Os cristãos devem ter a certeza de que a morte é algo que não devem temer. Muito pelo contrário: ao morrer chegamos ao nosso lar no Céu. A vida se passa num país estrangeiro. A morte já não tem aguilhão e, pela ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo, hoje a morte é vitória.
Experiências de Quase Morte
Nos últimos trinta anos ou mais, milhares de pessoas afirmaram ter experimentado experiências de quase morte (EQM, em inglês NDE, near death experiencies). As EQM são acontecimentos nos quais uma pessoa, em pleno estado de consciência, abandona seu corpo e ingressa num outro mundo. As experiências desse tipo levaram a uma transformação total na vida de muitas pessoas. Que interpretação podemos dar a esses relatos?
É importante saber que as EQM ocorrem com pessoas que estiveram clinicamente, e não biologicamente, mortas. No caso de morte clínica, desaparecem todos os sinais externos de vida, tais como a consciência, a pulsação e a respiração. Nesses casos a morte biológica acontecerá caso não sejam tomadas as devidas providências. A morte biológica, no entanto, não é possível de ser revertida por nenhum tratamento ou cuidado, sendo fisicamente irreversível [1].
As EQM ocorrem em várias etapas da morte clínica. Algumas acontecem quando o paciente encontra-se em estado de coma, muito próximo à morte, ou já clinicamente morto. Outras vezes surgem quando o coração do paciente deixa de bater, ou quando o monitor de eletroencefalograma deixa de registrar atividade cerebral do paciente.
O que intriga muitos cientistas – e teólogos! – nos relatos de EQM é que muitos pacientes descrevem experiências similares, entre as quais a de abandonar o corpo e observar o que os médicos estão fazendo, entrar num túnel escuro, ver luz, ver outras pessoas, encontrar-se com seres espirituais, uma sensação de imensa paz, e logo o retorno ao corpo.
Muitos cientistas e médicos com diferentes cosmovisões tentam encontrar uma explicação para esse fenômeno. Os que abraçam uma postura ateísta buscam explicações naturalistas, que vão desde alucinações induzidas pela medicação, reações químicas que ocorrem no cérebro durante uma crise próxima à morte, recuperação parcial de memórias da infância, etc. Mas não conseguem chegar a uma conclusão final sobre tais relatos.
Além disso, muitas EQM ocorrem sem medicação, como no caso de pessoas resgatadas de afogamentos, clinicamente mortas. Outro ponto a considerar é que milhares de pessoas que tiveram uma EQM foram capazes de descrever com riqueza de detalhes lugares e pessoas que viram enquanto estavam no estado de morte clínica. Uma moça, que se encontrava à beira da morte, pôde descrever o que a sua família fez em casa à noite, o que serviram no jantar, onde cada um sentou-se para comer e até as conversas que tiveram! Outros puderam descrever em detalhes objetos que se encontravam em quartos próximos ou distantes do seu próprio. Um paciente disse que havia um sapato no telhado do hospital. As enfermeiras foram ver e descobriram o sapato no exato local em que o paciente havia descrito. Um menino que sofreu um acidente juntamente com sua mãe e seu irmão disse aos que o rodeavam, instantes antes de morrer: “Estão me esperando”. O médico descobriu que exatamente naquele instante, em outro hospital, a mãe e o irmão do menino também haviam morrido. Gary Habermas e J. P. Moreland consideram as EQM desde várias perspectivas em seu livro Beyond Death (“Além da Morte”), no qual argumentam que as explicações naturalistas não esclarecem de modo satisfatório o que ocorre durante as EQM.
Ainda que as EQM não oferecem uma prova conclusiva da existência do Céu ou do inferno, pelo menos indicam que no momento da morte a alma se separa do corpo, permanecendo consciente e lúcida.
No entanto, as EQM não esclarecem exatamente o que se encontra no além túmulo. São relatos que oferecem apenas um vislumbre do que existe do outro lado da cortina da morte, e o panorama que fornecem é incompleto. Colossenses 1.18 diz que Jesus é “o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a supremacia”. Cristo superou a morte biológica e vive para sempre, com autoridade absoluta sobre a Criação. Sua supremacia sobre todas as coisas foi estabelecida através de Sua ressurreição. Sabemos, também, que Satanás se disfarça de anjo de luz e pode aparecer sob diversos aspectos. Devemos, portanto, avaliar todos os relatos de EQM à luz das Escrituras.
Podemos nos comunicar com os mortos?
Os espíritos dos mortos podem se comunicar com os vivos? Um dos programas mais populares da TV [nos Estados Unidos] é Crossing Over, conduzido pelo “vidente” John Edward. Assim como outros, Edwards afirma que pode comunicar-se com os mortos. Deixa seus telespectadores boquiabertos ao revelar detalhes que somente seus parentes mortos poderiam saber. As pessoas o procuram buscando consolo, conselhos e alento. A Bíblia, no entanto, afirma que a comunicação com os mortos não é possível. Várias vezes Deus ordena a Seu povo a não praticar a necromancia [ou mediunidade], a arte de comunicar-se com os mortos. “Não permitam que se ache alguém entre vocês que queime em sacrifício o seu filho ou a sua filha; que pratique adivinhação, ou que se dedique à magia, ou faça presságios, ou pratique feitiçaria ou faça encantamentos; que seja médium, consulte os espíritos ou consulte os mortos. O SENHOR tem repugnância por quem pratica essas coisas, e é por causa dessas abominações que o SENHOR, o seu Deus, vai expulsar essas nações da presença de vocês. Permaneçam inculpáveis perante o SENHOR, o seu Deus.” (Dt 18.10-13).
Os cananeus consultavam os espíritos e os mortos na esperança de obter poderes especiais e de predizer o futuro. Essa prática é uma abominação para Deus e é a razão pela qual Ele os expulsou da terra. Israel recebeu a advertência de não imitar os cananeus, pois do contrário também os israelitas sofreriam uma penalidade similar.
A comunicação com os mortos está proibida pela simples razão de que os mortos não podem comunicar-se com os vivos. Em Lucas 16.19-31, o homem rico que sofria no inferno buscava um modo de comunicar-se com sua família que ainda estava viva para adverti-la do destino que a esperava. No entanto, não houve maneira de comunicar-se com os seus, e os vivos também não podiam comunicar-se com ele.
Com quem estão se comunicando, então, os médiuns e os espíritas? Se efetivamente estão se comunicando com seres espirituais, o mais provável é que sejam impostores demoníacos. E ainda que um espírito demoníaco possa transmitir algumas coisas verdadeiras, a real intenção desse espírito é enganar os familiares do morto e levá-los para longe do Senhor. A prática do espiritismo pode levar à possessão demoníaca, causando inúmeros tormentos às pessoas.
Em Atos 16.16-18, Paulo deparou-se com uma jovem que podia predizer o futuro porque estava possuída por um espírito. Sabendo isso, Paulo finalmente expulsou o espírito. A Bíblia sempre proíbe a prática do espiritismo.
Alguns, no entanto, certamente tentarão defender o espiritismo utilizando a passagem de 1 Samuel 28. Aqui Saul pede à médium de En-Dor que convoque o espírito de Samuel. O espírito se levanta e entrega uma mensagem profética a Saul. As opiniões dos teólogos estão divididas a respeito desse relato. Alguns creem que foi um impostor demoníaco fazendo-se passar por Samuel. Outros creem que esse era realmente o profeta Samuel e que Deus abriu uma exceção neste caso, devido à desobediência de Saul.
Qualquer que seja o ponto de vista defendido, é óbvio que esse trecho das Escrituras não nos encoraja a consultar os médiuns. Saul, nesse momento de sua vida, estava fora da vontade de Deus e não podia receber a palavra de Deus, porque o Espírito lhe havia abandonado. Desesperado, e seguindo uma constante em sua vida, desobedeceu a Deus e sofreu as consequências. Esse relato de Saul nos ensina uma lição a ser aprendida, não um exemplo a ser seguido.
Um minuto depois da morte
O que acontece após nosso último alento? A Bíblia nos ensina o que acontecerá. Em primeiro lugar, nossa alma se separa de nosso corpo físico. Logo, receberemos imediatamente a sentença no juízo que determinará nosso destino eterno. Aqueles que confiaram na obra de Cristo na cruz para pagar nossos pecados entrarão na vida eterna na presença de Deus. 2 Coríntios 5.8 diz: “Temos, pois, confiança e preferimos estar ausentes do corpo e habitar com o Senhor”. Não haverá demora num estado de inconsciência que alguns chamam de “sono da alma” [2]. Estaremos de imediato na presença de Deus. Em segundo lugar, a alma será aperfeiçoada em santidade, e nossa antiga natureza pecaminosa desaparecerá por completo. Hebreus 12.23 menciona os “espíritos dos justos aperfeiçoados”. Os espíritos dos santos que estão no Reino dos Céus chegaram à perfeição. A luta contra o pecado, da qual participam todos os cristãos, finalizará para sempre quando, depois da morte, entraremos em nossa nova condição na presença de Deus.
Aqueles que rejeitam esse dom receberão o que escolheram, a eternidade separados de Deus no inferno. Hebreus 9.27 diz que “o homem está destinado a morrer uma só vez e depois disso enfrentar o juízo”. Não há uma segunda oportunidade, nem ciclo de reencarnação.
Além disso, muitos cristãos assumem que depois da salvação tudo o que nos espera é a entrada alegre no Céu. As Escrituras nos ensinam que Jesus nos recompensará de acordo com o modo como vivemos na terra. Cada um de nós prestará contas de si mesmo a Deus. Isso não é o mesmo que o juízo a respeito da salvação. A morte de Cristo garante a salvação de todo aquele que crê. Seremos julgados pelas obras que fizemos a partir do momento da nossa salvação, para fins de recompensa. Esse juízo dos crentes é chamado de Tribunal de Cristo, acontecimento descrito em 1 Coríntios 3.11-15: “Porque ninguém pode colocar outro alicerce além do que já está posto, que é Jesus Cristo. Se alguém constrói sobre esse alicerce usando ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno ou palha, sua obra será mostrada, porque o Dia a trará à luz; pois será revelada pelo fogo, que provará a qualidade da obra de cada um. Se o que alguém construiu permanecer, esse receberá recompensa. Se o que alguém construiu se queimar, esse sofrerá prejuízo; contudo, será salvo como alguém que escapa através do fogo”.
Paulo declara que Cristo é o nosso fundamento. Nossas obras são a edificação sobre esse fundamento. Os materiais de ouro, prata e pedras preciosas referem-se a obras realizadas com motivos puros, para a glória de Deus. As obras de madeira, feno e palha são as feitas com motivos equivocados e fúteis, somente para a nossa própria glória.
No Tribunal de Cristo nossas obras serão provadas pelo fogo divino. Aquelas obras para a glória de Deus resistirão às chamas e serão nossa recompensa. Alguns verão com tristeza como as chamas consomem todas as obras que realizaram na terra e entrarão no Céu com pouca recompensa ou sem nenhuma.
Os descrentes serão julgados e sentenciados ao inferno. E no final dos tempos enfrentarão o juízo diante do Grande Trono Branco. Aí serão julgados todos os ímpios mortos de acordo com a sua rejeição ao Salvador. Logo serão lançados no lago de fogo onde permanecerão por toda a eternidade. Apocalipse 20.11-15 diz: “Depois vi um grande trono branco e aquele que nele estava assentado. A terra e o céu fugiram da sua presença, e não se encontrou lugar para eles. Vi também os mortos, grandes e pequenos, em pé diante do trono, e livros foram abertos. Outro livro foi aberto, o livro da vida. Os mortos foram julgados de acordo com o que tinham feito, segundo o que estava registrado nos livros. O mar entregou os mortos que nele havia; e cada um foi julgado de acordo com o que tinha feito. Então a morte e o Hades foram lançados no lago de fogo. O lago de fogo é a segunda morte. Aqueles cujos nomes não foram encontrados no livro da vida foram lançados no lago de fogo”.
Sabendo que como cristãos algum dia prestaremos contas de nossos atos a Deus, deveríamos viver como mordomos responsáveis por tudo o que Ele tem nos dado. E saber o destino dos não salvos deveria nos encher de coragem e ousadia para dar testemunho de Cristo com urgência a todos os que nos rodeiam. Saber o que acontecerá na vida além da morte deveria nos motivar a viver nossa vida na terra cumprindo cabalmente nossa missão como cristãos.
Como seremos no Céu?
No momento da morte física, a alma se separa do corpo e entra de imediato na presença do Senhor. Recordemos as palavras de Paulo em 2 Coríntios 5.8: “Temos, pois, confiança e preferimos estar ausentes do corpo e habitar com o Senhor”. A alma no Céu é aperfeiçoada em santidade, e a antiga natureza pecaminosa desaparece por completo.
Não permaneceremos por muito tempo no Reino dos Céus como almas sem corpos. No tempo estabelecido por Deus haverá uma ressurreição final, na qual o espírito se unirá a um corpo glorificado. Ainda que os cristãos tenham opiniões diferentes quanto ao tempo em que isso acontecerá, todos estamos de acordo quanto à ressurreição em si. Filipenses 3.20,21 diz: “A nossa cidadania, porém, está nos céus, de onde esperamos ansiosamente o Salvador, o Senhor Jesus Cristo. Pelo poder que o capacita a colocar todas as coisas debaixo do seu domínio, ele transformará os nossos corpos humilhados, tornando-os semelhantes ao seu corpo glorioso”. 1 João 3.2 promete: “sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, pois o veremos como ele é”.
Sabemos que nossos corpos glorificados serão semelhantes ao de Cristo. Não seremos “deificados” – não nos tornaremos deuses! – mas nossos corpos terão as mesmas qualidades do corpo ressuscitado de Jesus. Nossos corpos celestiais serão nossos corpos terrenos glorificados. O corpo de Cristo que morreu na cruz foi o mesmo que ressuscitou. Seu corpo glorificado pôde passar através das paredes, aparecer repentinamente e subir aos céus. Pôde alimentar-se, andar e tocar nos objetos.
2 Coríntios 5.1 diz: “Sabemos que, se for destruída a temporária habitação terrena em que vivemos, temos da parte de Deus um edifício, uma casa eterna nos céus, não construída por mãos humanas”. As mãos de Deus nos darão corpos glorificados, como diz 1 Coríntios 15.39-44: “Nem toda carne é a mesma: os homens têm uma espécie de carne, os animais têm outra, as aves outra, e os peixes outra. Há corpos celestes e há também corpos terrestres; mas o esplendor dos corpos celestes é um, e o dos corpos terrestres é outro. Um é o esplendor do sol, outro o da lua, e outro o das estrelas; e as estrelas diferem em esplendor umas das outras. Assim será com a ressurreição dos mortos. O corpo que é semeado é perecível e ressuscita imperecível; é semeado em desonra e ressuscita em glória; é semeado em fraqueza e ressuscita em poder; é semeado um corpo natural e ressuscita um corpo espiritual. Se há corpo natural, há também corpo espiritual”. Ao responder àqueles que desprezam a ressurreição, Paulo explica que nossos corpos celestiais terão diferenças com respeito a nossos corpos terrenos. Serão corpos físicos, mas tão diferentes de nossos corpos mortais como são os nossos corpos dos corpos dos animais.
Como uma semente, o corpo será semeado na terra, e um dia voltará à vida. É semeado em morte, corrupção, fraqueza e desonra. Na ressurreição será transformado em todos os aspectos. Ressuscitará imortal, glorioso, poderoso e espiritual. Então teremos corpos eternos, definitivos e aperfeiçoados.
Também manteremos nossa identidade. Em Lucas 16.19-31, Lázaro, o homem rico e Abraão mantiveram todos a sua identidade. Chegará o dia em que já não teremos de enfrentar a corrupção do pecado, a enfermidade e a velhice. Há um grande e precioso futuro para todos aqueles que estão em Cristo!
O que faremos no Céu?
O que faremos no Céu por toda a eternidade? Alguns gostariam de jogar golfe eternamente, enquanto outros imaginam santos flutuando em nuvens etéreas, tocando harpas. No entanto, há um futuro infinitamente mais glorioso para aqueles que estão em Cristo. Sabemos relativamente pouco sobre as atividades que terão lugar no Céu, já que a Bíblia nos oferece somente um pequeno vislumbre de nossa vida futura. Em primeiro lugar, o momento mais esperado pelos santos de todos os tempos é o encontro face a face com o Senhor Jesus. Este será o primeiro e grandioso momento depois da morte física. A partir daí desfrutaremos da perfeita koinonia, a comunhão em Sua presença por toda a eternidade.
Em segundo lugar, nossa vida no Céu será uma vida de adoração. Temos uma clara descrição disso em Apocalipse 19.1-5: “Depois disso ouvi nos céus algo semelhante à voz de uma grande multidão, que exclamava: ‘Aleluia! A salvação, a glória e o poder pertencem ao nosso Deus, pois verdadeiros e justos são os seus juízos. Ele condenou a grande prostituta que corrompia a terra com a sua prostituição. Ele cobrou dela o sangue dos seus servos’. E mais uma vez a multidão exclamou: ‘Aleluia! A fumaça que dela vem, sobe para todo o sempre’. Os vinte e quatro anciãos e os quatro seres viventes prostraram-se e adoraram a Deus, que estava assentado no trono, e exclamaram: ‘Amém, Aleluia!’ Então veio do trono uma voz, conclamando: ‘Louvem o nosso Deus, todos vocês, seus servos, vocês que o temem, tanto pequenos como grandes!’”.
Como as vozes de uma grande multidão, chegam os louvores dos santos de todos os tempos. Certa vez alguns irmãos de nossa igreja descreveram a experiência de cantar um hino, “Grandioso és Tu”, num congresso cristão. Não tinham palavras para descrever com precisão tão sublime experiência. Imaginem então como será quando cantarmos “Santo, santo, santo” ao lado dos santos de todos os tempos na presença de Deus? Nossa adoração aqui na terra é a preparação para a grande adoração futura na eternidade.
Em terceiro lugar está o aspecto do descanso. O descanso celestial aqui não implica uma cessação de nossas atividades, mas sim a experiência de chegar a uma meta de crucial importância. O escritor de Hebreus 4.9,10 diz: “Assim, ainda resta um descanso sabático para o povo de Deus; pois todo aquele que entra no descanso de Deus, também descansa das suas obras, como Deus descansou das suas”. O Céu é a meta final que alcançamos depois da nossa peregrinação aqui na terra. Descansaremos de nossos sofrimentos e esforços contra as enfermidades, as lutas, a carne, o mundo e o diabo.
Em quarto lugar, serviremos ao Senhor. Lucas 19.11-27 ensina uma parábola sobre a mordomia. Os servos que multiplicaram os talentos do Mestre receberam autoridade sobre dez e cinco cidades respectivamente. Apocalipse 22.3 diz: “Já não haverá maldição nenhuma. O trono de Deus e do Cordeiro estará na cidade, e os seus servos o servirão”. Em 1Coríntios 6.3 Paulo repreende os cristãos que não conseguem resolver as diferenças entre eles, questionando: “Vocês não sabem que haveremos de julgar os anjos?”. Em Apocalipse 3.21 o Senhor promete: “Ao vencedor darei o direito de sentar-se comigo em meu trono, assim como eu também venci e sentei-me com meu Pai em seu trono”. Aparentemente teremos alguma esfera de autoridade no Reino eterno de Deus. A abrangência de autoridade que recebamos dependerá de nossa fidelidade a Ele aqui na terra.
Em quinto lugar, experimentaremos comunhão perfeita com Deus e com aqueles que estiverem conosco. Uma das experiências humanas mais dolorosas é a despedida. Seja uma pessoa amada que viaja para outro país, seja uma pessoa amada que parte desta vida, é sempre doloroso dizer adeus. O cristão tem a esperança de saber que nossas despedidas não serão para sempre. Algum dia voltaremos a nos encontrar, e então nunca mais voltaremos a nos despedir. É impossível imaginar em todas as suas dimensões o glorioso futuro que nos espera depois da morte, em Cristo Jesus!
NOTA:
[1]. Gary Habermas e J. P. Moreland, Beyond Death (Wheaton, Illinois: Crossway Books, 1998), p. 156.
BIBLIOGRAFIA
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FONTE: MINISTERIOS PROBE.
http://www.ministeriosprobe.org/docs/despues-muerte.html
Um comentário:
Muito bom o blog. Gostei. É sempre bom bom poder ouvir colegas calvinistas. É a confiável interpretação (visão) da palavra de nosso Deus. Nayberth Alcuri Bandeira - Jaru/RO.
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