Por CHARLES SPURGEON.
De acordo com o esquema do livre-arbítrio, o Senhor tem boas intenções, mas precisa aguardar um servo, a iniciativa de sua criatura, para saber qual é a intenção dela. Deus quer o bem e o faria, mas não pode, por causa de um homem indisposto, o qual não deseja que sejam realizadas as boas obras de Deus. O que os senhores fazem, senão destronar o Eterno e colocar em seu lugar a criatura caída, o homem? Pois, de acordo com essa teoria, o homem aprova, e o que ele aprova torna-se destino. Tem de existir um destino em algum lugar; ou é Deus ou é o homem quem decide. Se for Deus Quem decide, então Iavé se assenta soberano em Seu trono de glória, e todas as hostes Lhe obedecem, e o mundo está seguro. Em caso contrário, os senhores colocam o homem em posição de dizer: “Eu quero” ou “Eu não quero”. Se eu quiser, entro no Céu; se eu quiser, desprezarei a graça de Deus. Se quiser, conquistarei o Espírito Santo, pois sou mais forte do que Deus e mais forte que a Onipotência! Se eu decidir, tornarei ineficaz o sangue de Cristo, pois sou mais poderoso que o sangue, o sangue do próprio Filho de Deus! Embora Deus estipule seu propósito, me rirei desse propósito; será o meu propósito que fará o dEle realizar-se ou não! Senhores, se isso não é ateísmo, é idolatria; é colocar o homem onde Deus deveria estar. Eu rejeito, com solene temor e horror, essa doutrina que faz a maior das obras de Deus – a salvação do homem - depender da vontade da criatura, para que se realize ou não. Posso e hei de me gloriar neste texto da Palavra, em seu mais amplo sentido: “Portanto, isso não depende do desejo ou do esforço humano, mas da misericórdia de Deus" (Rm 9.16).
Fonte: Biblioteca de Iglesia Reformada
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