domingo, 19 de julho de 2009

JESUS CRISTO, NOSSO SÁBADO

Devido a inúmeros problemas causados nas igrejas cristãs por seitas e heresias sabatistas, que pregam um retorno antibíblico à guarda do sábado, postamos este artigo com informações úteis para que os verdadeiros cristãos possam defender sua fé e fortalecer suas convicções evangélicas.
Este estudo foi retirado, em sua maior parte, das notas da Bíblia de Estudo NVI (Editora Vida) e da Bíblia de Estudo de Genebra (Editora Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil). São as melhores Bíblias de estudo da atualidade.
1. O sábado no Antigo Testamento e Jesus.
Embora o princípio do sétimo dia como dia de descanso e de santidade seja exposto no relato da criação (cf. Gn 2.3), o primeiro registro bíblico da observância obrigatória do sábado refere-se à ocasião em que Israel ia do Egito para o Sinai (Êx 16.23) e, de acordo com Ne 9.13,14, observar o sábado não foi uma obrigação oficial e pactual enquanto não houve a outorga da Lei no monte Sinai (Ex 20.8-11). São citadas duas razões para a observância do sábado: 1) tendo concluído sua obra de criação, Deus “descansou” (“sábado” é uma palavra hebraica para “descanso”) no sétimo dia (Ex 20.11), e os israelitas devem observar o mesmo ritmo de serviço a Deus no mundo criado; 2) os israelitas devem cessar todas as atividades para que seus servos também possam participar do descanso do sábado – assim como Deus livrara Seu povo da escravidão do Egito (Dt 5.12-15). O sábado, portanto, passou a ser um “sinal” da aliança que Deus firmou com Israel no monte Sinai (Ex 31.12-17; cf. Ez 20.12). Israel, com seu ritmo de trabalho e de descanso no serviço a Deus, deveria seguir o padrão estabelecido por Deus na criação como um sinal perpetuamente renovado da sua aliança com Ele.
A penalidade para a violação do sábado era a morte (Ex 31.15; 35.2,3; Nm 15.32-36). Assim como no caso do blasfemador deliberado (Lv 24.10-16), o violador do sábado era culpado de rebelião desafiadora e era condenado à morte. Até os dias de Cristo, a guarda do sábado fora distorcida ao ponto de seus regulamentos serem considerados mais importantes do que as necessidades das pessoas. Em várias ocasiões, Jesus enfrentou os fariseus a respeito da questão (por exemplo, Mt 12.1-14). Da perspectiva destes, os regulamentos estipulados na Lei deram-lhes motivos para matar o Nazareno (Mt 12.14). Isso porque, segundo os rabinos, “o sábado sobrepuja todos os mandamentos da Torah”. Portanto, todo tipo de trabalho era proibido no sábado, inclusive a cura – a menos que houvesse motivo para acreditar que a vítima morreria antes do dia seguinte. Jesus, “Senhor do Sábado”, curou muitas vezes nesse dia, mesmo pessoas que não sofriam de doenças terminais, causando a ira e a indignação dos religiosos, como em Mt 12.1-14; Mc 2.23-3.6; Lc 14.1-6. Nestas passagens, Jesus demonstrou que ao homem piedoso sempre é “permitido” fazer o bem – mesmo no sábado. A tradição judaica tinha multiplicado de tal maneira as exigências e restrições para a guarda do sábado, que o fardo se tornara intolerável. Jesus deixava de lado essas tradições e realçava o propósito que Deus tinha no sábado – um dia planejado para o bem do homem (para a restauração espiritual, mental e física, v. Ex 20.8-11). Uma declaração muito forte de Jesus, nesse sentido, encontra-se em Jo 5.16-18. Ele disse, após curar um homem no sábado: “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também” (Jo 5.17, ARA). Deus não fez cessar seus atos de misericórdia no sábado, e Jesus também não. O sábado foi dado por Deus como auxílio para a humanidade, porém os fariseus perverteram esse propósito, colocando o sábado contra os que estavam em necessidade e fazendo dele um peso (cf. Mc 2.27).
2. O sábado no Novo Testamento e Jesus.
O Novo Testamento como um todo proclama a libertação que Jesus Cristo propiciou ao povo de Deus. Não somente uma libertação do pecado, mas das obras da Lei e de sua maldição. Em sua epístola aos Gálatas, Paulo argumenta vigorosamente que “foi para a liberdade que Cristo nos libertou. Portanto, permaneçam firmes e não se deixem submeter novamente a um jugo de escravidão” (Gl 5.1, NVI) e que “os que se apóiam na prática da Lei estão debaixo de maldição, porque está escrito: ‘Maldito todo aquele que não persiste em praticar todas as coisas escritas no livro da Lei’. É evidente que diante de Deus ninguém é justificado pela Lei, pois ‘o justo viverá pela fé’” (Gl 3.10,11, NVI). E Tiago argumenta que, se alguém “obedece a toda a Lei, mas tropeça em apenas um ponto, torna-se culpado de quebrá-la inteiramente” (Tg 2.10, NVI), porque a Lei é a manifestação do caráter e da vontade de Deus; portanto, violar parte da Lei é violar a vontade de Deus e, assim, toda a Sua Lei (cf. Mt 5.18,19; 23.23). Escrevendo aos colossenses, Paulo afirma categoricamente que “em Cristo habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Cl 2.9, NVI), e, por estarmos em Cristo, nós também recebemos a “plenitude” (cf. v. 10), isto é, temos em Cristo todas as coisas necessárias para a nossa salvação e nosso correto relacionamento com Deus; nada nos falta. Ele ensina que as leis cerimoniais do Antigo Testamento são apenas “sombras”, ou “tipos”, de uma realidade: Cristo (cf. Cl 2.16,17) e adverte os cristãos para que não se submetam a regras impostas por uma falsa religiosidade (cf. Cl 2.20-23), mas antes, busquem a Cristo e as coisas que são de Cristo (Cl 3.1-4). Em Romanos, Paulo diz que “o fim da Lei é Cristo”, e isso “para a justificação de todo o que crê” (Rm 10.4, NVI). Ele prossegue demonstrando a impossibilidade de salvação pelas obras da Lei (v. 5) e a salvação unicamente por meio de Cristo (vv. 6-13).
O autor de Hebreus sela com uma rocha irremovível a questão da observância do sábado. Ele argumenta a respeito do “descanso” (o “sábado”) do povo de Deus, ao qual têm acesso somente aqueles que “descansam” de suas obras em Cristo Jesus (cf. Hb 3.7-4.11). Devido ao endurecimento de seus corações, os israelitas não puderam entrar no “descanso”, isto é, na terra prometida, e a incredulidade fez com que seus corpos ficassem estirados no deserto (Hb 3.16-19). Somente quem crê pode entrar no descanso de Deus (Hb 4.3). Assim como o ato de entrar no descanso de Canaã exigia fé na promessa de Deus, também só entramos no descanso da salvação mediante a fé na pessoa e na obra de Jesus Cristo. O descanso para o qual Deus nos convida não é o nosso descanso, mas o descanso dEle, que Ele nos convida a compartilhar. Ainda podemos entrar no descanso de Deus mediante a fé em Seu Filho. Se Deus descansou da obra da criação, o crente deixa de empreender esforços para merecer a salvação pelas próprias obras e descansa na obra consumada de Cristo na cruz (Hb 4.9,10). O autor de Hebreus nos exorta, ainda, para entrarmos no descanso da salvação – o verdadeiro sábado – pela fé, e não seguirmos o triste exemplo de Israel no deserto (v.11). Jesus Cristo, portanto, é o nosso sábado; descansamos nEle, porque Ele trabalhou para a nossa salvação. Descansamos porque não precisamos mais “trabalhar” para a nossa salvação, Ele fez todo o trabalho. Jesus é o nosso sábado!
O sábado é um símbolo da soberania de Deus sobre todo o universo criado (Ex 20.8). Recorda a redenção que Deus propicia a Seu povo (Dt 5.12) e é uma representação da esperança de descanso eterno, na consumação, bem como a representação do descanso do crente em Cristo Jesus (Hb 4.9). Jesus, como Senhor do Sábado, cumpre todos os aspectos do significado do sábado (Cl 2.16,17).


Abreviaturas:
ARA
– A Bíblia Sagrada, traduzida por João Ferreira de Almeida, edição Revista e Atualizada, 2ª edição. Sociedade Bíblica do Brasil.
NVI – A Bíblia Sagrada, Nova Versão Internacional. Sociedade Bíblica Internacional e Editora Vida.

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