sábado, 13 de fevereiro de 2010
CRISTO, NOSSA RECOMPENSA (MARCOS 10.17-31)
sábado, 19 de dezembro de 2009
NOITE MARAVILHOSA

Naqueles dias César Augusto publicou um decreto ordenando o recenseamento de todo o império romano (Lc 2.1).
Aconteceu no devido tempo. No dia certo, na hora certa, no ano certo, na estação certa. No tempo determinado por Deus antes dos tempos. Numa vilazinha de uma província romana bem distante da Capital do império. Bem longe dos palácios, do luxo, da ostentação. Num povoado de uma nação conquistada, subjugada, capturada. Naquela noite maravilhosa, mais uma criança veio ao mundo, mais um filho de Abraão, mais um judeu – herdeiro de uma tradição riquíssima, pertencente ao povo de Deus, mas um povo alquebrado sob o jugo romano. Não era uma criança qualquer. Era a Esperança de Israel que chegava ao mundo. Era o Messias prometido aos judeus. Era o Salvador do mundo, o Salvador de toda a humanidade. O Rei dos Reis, o Senhor dos Senhores, nascera numa pequena cidade chamada Belém, num estábulo, em meio à pobreza, à falta de recursos. Já nasceu abandonado pelos homens, já nasceu rejeitado pelo mundo em trevas.
A Estrela da Manhã resplandeceu na noite de Belém. Aquele bebê nascido entre a dor – a dor do parto, a dor da rejeição (“Não havia lugar para eles na hospedaria”, Lc 2.7), que veio a um mundo de dor, para enfrentar e vencer a dor, para resgatar as pessoas de uma eternidade de dor. A angustiante busca de um lugar para o parto havia acabado naquele estábulo, e naquela manjedoura descansava a Luz do mundo.
A promessa de redenção estava cumprida. Quem poderia imaginar que aquele pequenino, nascido naquele lugar paupérrimo, era o próprio Deus, o Criador e Senhor de todas as coisas? Quem poderia imaginar que suas mãos pequeninas, tão formosas, um dia seriam cravadas numa vil cruz romana? Quem poderia imaginar que aquela criancinha tão indefesa era o próprio Deus? Que milagre assombroso, espantoso, o maior de todos os milagres!
Obrigado por ter vindo, Senhor Jesus! Obrigado por ter vindo a este mundo de dor, por ter suportado tanta aflição, tanto sofrimento, somente para nos salvar! Não há palavras suficientes, em toda a eternidade, para agradecer-te e render-te louvores!
Menino extraordinário, criança maravilhosa, tão comum e ao mesmo tempo tão sublime! Que sentimentos agitavam-se em Maria ao amamentá-lo pela primeira vez? O que sentia José ao vê-lo ali, tal como o anjo lhe havia anunciado em sonhos, nove meses atrás? Que menino maravilhoso!
O nascimento do Rei dos Reis precisava ser anunciado apropriadamente. Mas não foi anunciado ao imperador romano, nem aos seus títeres na Judéia. Foi aos pastores, nos campos, ao relento, cuidando dos rebanhos, que o Exército do Céu anunciou o nascimento do Redentor.
O resplendor da glória divina irrompeu em fulgor na escuridão da noite, iluminando os campos e os montes ao redor e certamente apavorando aqueles pobres homens! A milícia celestial, o exército de Yahweh, surgiu anunciando a paz! Não a paz romana, estabelecida pelas armas e pelo morticínio, mas a paz verdadeira, a paz com Deus, a única paz que realmente importa.
sábado, 14 de novembro de 2009
REFORMA PROTESTANTE - O LEGADO DE AUGSBURGO

O verdadeiro tesouro da Igreja é o santíssimo Evangelho da glória e da graça de Deus.
Este tesouro, entretanto, é o mais odiado, e com razão, porque faz com que os primeiros sejam os últimos.
Martinho Lutero - Teses 62,63
A Reforma Protestante foi um movimento religioso reformador, na Europa. Pode-se dizer que a Reforma teve seu início no desejo de retorno às Escrituras Sagradas, tendo como precursores grandes vultos da história, como Wycliffe (1330-1384). No século XIV, foi John Huss, outro gigante, mártir da fé, que lançou os alicerces sobre os quais a Reforma veio a ser edificada.
Mais exatamente, porém, a Reforma começou quando Lutero postou suas 95 Teses à entrada da Catedral de Wittenberg, as quais tornaram-se a base de uma acalorada controvérsia que girou basicamente em torno das indulgências. Quanto a isso, Lutero diz na sua tese de número 21: “Erram, portanto, os pregadores de indulgências que afirmam que a pessoa é absolvida de toda pena e salva pelas indulgências do papa”. Nas teses 27 e 28, Lutero ataca os que ofereciam perdão por dinheiro, neste caso especialmente a João Tetzel, grande vendedor de indulgências. Afirma o Reformador: “Pregam doutrina humana os que dizem que, tão logo tilintar a moeda lançada na caixa, a alma sairá voando [do purgatório para o céu]... Certo é que, ao tilintar a moeda na caixa, podem aumentar o lucro e a cobiça; a intercessão da Igreja, porém, depende apenas da vontade de Deus.”
Há quem diga que a Igreja não precisa de reformadores, mas de santos. No entanto percebe-se pelo próprio evangelho, nas cartas de Paulo, onde todos na igreja são chamados "santos" e amados em Deus (Cf. 1Coríntios 1.2), ainda que os santos tem por incumbência reformar o meio em que vivem, não tomando o molde de um sistema dominado por pessoas sem Deus (Rm 12.1,2).
A Reforma Protestante não foi um erro, teve e tem seus propósitos bons e necessários. Foi uma convocação à liberdade e um retorno a Bíblia. Ninguém despreze este dia, pois como aurora precursora de nossa livre expressão e opção religiosa, está o grande vulto chamado Lutero, e seu protesto contra o abuso e a indignidade.
Todos os verdadeiros evangélicos lembram neste dia de Lutero, Calvino e dos pré-reformadores, que deram a Bíblia ao povo, trazendo à Igreja novamente a centralidade de Cristo, e afirmando ao mundo todo que “o verdadeiro tesouro da Igreja é o santíssimo Evangelho da glória e da graça de Deus”.
Se, hoje, temos clareza na doutrina e liberdade na religião é porque Deus nos agraciou com os reformadores.
Se hasteamos a bandeira da graça nos seus ditos áureos de somente a Escritura, somente a Fé, somente a Graça, somente Cristo e glória somente a Deus, é porque heróis se ergueram. Se alguma coisa produzimos é porque estamos sobre ombros de gigantes.
sábado, 31 de outubro de 2009
31 DE OUTUBRO: DIA DA REFORMA

sexta-feira, 2 de outubro de 2009
A RELIGIÃO DE CHARLES DARWIN
Este é um breve ensaio crítico sobre o darwinismo, e como base, uso a excelente obra de Adauto Lourenço, “Como tudo começou”, livro fascinante em todos os aspectos, principalmente por se tratar de uma obra séria, científica e honesta, que trata das origens do universo, percebendo no mesmo as digitais de um Deus criador e inteligente.
Quando se comemoram os duzentos anos de nascimento desse homem singular conhecido simplesmente como Darwin, e os cento e cinquenta anos de sua obra magna – "A origem das espécies", dou os parabéns aos crentes dessa influente religião que intitulo de fé darwinista.
Ao contrário do que se alardeia, o darwinismo não é a resposta correta sobre a origem de tudo, mas advoga ser, e, como toda religião, tem seu corpo doutrinário que é aceito por fé e não precisa ser submetido à observação científica. Dos oito pressupostos darwinistas (que são: 1. Uniformitarismo; 2. Longas datas evolutivas; 3. Evolução cósmica – Big Bang produz hidrogênio; 4. Evolução química – elementos superiores evoluem; 5. Evolução das estrelas e planetas a partir do gás; 6. Evolução orgânica – a vida a partir das rochas; 7. Macro-evolução, mudanças entre espécies de plantas e animais; 8. Micro-evolução, mudanças dentro das próprias espécies), sete são aceitos por fé, o único observável é o 8º, que deve ter o nome de Micro-variação, pois não se trata de evolução, mas simplesmente variação nas espécies.
Quando leio artigos de revistas e jornais que tratam da evolução, tenho a impressão de estar lendo um artigo religioso, no qual o livro "A origem das espécies" passa a ser a bíblia desses crentes de Darwin, que rotulam a criação como mito não verificável - aliás, pergunto, a evolução é verificável? A evolução tem sido comprovada pelo registro fóssil? Pela embriologia? Pela Astronomia? Cosmologia? Biologia? Genética e etc...???
Onde estão as provas a favor do evolucionismo? A Lucy? Não, é um chimpanzé. Ramapitecus? É fraude; talvez o homem de Nebrasca? Aquele reconstruído a partir de um dente? Desculpe, também é fraude, agora sim, o incontestável Homem de Neandertal, esse sim, ou não? Não, o Dr. Reiner Protsch Von Zieten fabricou dados. Ele acabou sendo descoberto pelos pesquisadores da Universidade de Oxford, que ao analisar o crânio descoberto por Zieten ainda cheirava mal, e um crânio de 27.400 anos não pode cheirar mal. O crânio de Paderborn era considerado o mais antigo fóssil humano encontrado na Alemanha (existência dos Neandertais). Zieten Confessou que pegou o crânio da tumba de um homem que havia morrido em 1750 AD (1). Há 259 anos então, os Neandertais ainda andavam entre nós!
“O que foi considerado a maior peça de evidência demonstrando que Neandertais viveram no passado no Norte europeu acabou de desabar. Nós teremos que reescrever a pré história”. Dr. Chris Stringer, especialista em idade da pedra e diretor do centro de origens humanas do museu de História natural de Londres (2).
A evolução de baleias para antílopes, proposta por um cientista evolucionista, deve ser aceita por fé, de outra forma qual foi o critério de análise, talvez comparando o branco dos olhos, quando se lê coisas como estas da evolução de baleias a antílopes, posso entender a expressão: “tudo é possível àquele que crê”. Quanto ao caso do Celacanto, aquele peixe que evoluiu e virou anfíbio, teria sido extinto há 65 milhões de anos, pois na década de 30 do século passado foi tirada uma foto do celacanto vivo, hoje já é possível acompanhar um cardume de celacantos, e o celacanto continua tão celacanto quanto sempre foi.
Se houve evolução dos peixes para anfíbios, por que os peixes no Kalahari (África do Sul), não fazem o mesmo, pois no período de escassez de chuvas o leito seca e fica até rachado então o peixe entra até dois metros dentro do barro e hiberna por até seis meses, por que ele não criou pernas e saiu de lá? Isso acontece há muitos séculos(3). É adaptação, sim, mas adaptação não é evolução. O peixe continua sendo um peixe!
Júlio Verne invejaria a imaginação e a forma como os mitos evolucionistas tomam forma e credibilidade travestidos de ciência, toma-se como exemplo o caso de Ernest Haeckel(4), ao afirmar que usou a imaginação para desenhar o desenvolvimento embrionário, e mesmo assim seu desenho de comparação embrionária entre peixe, galinha e ser humano ainda consta em alguns manuais. Por quê usar um desenho de 1909, o qual o mesmo desenhista já se arrependeu de tê-lo projetado? A resposta é simples: fé.
Os cristãos têm seu livro base, regulador de fé, que é a Bíblia, a qual não é um manual de ciência, no entanto é correta no que afirma. Uma sustentação como esta deve causar risos em alguns, muito bem, que se use o senso crítico para análise, pois eu também dou muitas risadas das patacoadas evolucionistas, logo todos estarão contentes!
Justiça seja feita, o crente em Darwin deve ser louvado, pois para crer na evolução deve-se ter mais fé do que a exercida pelo fiel de qualquer outra religião. Fé esta capaz de transportar montanhas, a Salmonela que o diga, simples como é, foi o motivo de muitos cientistas “apostatarem” do evolucionismo, tem um “motor” bacteriano formado por 40 proteínas, e gira a 100.000 RPM com uma reversibilidade de ¼ de volta, todo o motor é feito numa seqüência específica, se uma das partes faltar, tudo perde a sua função e deixa de existir, “as engrenagens” devem estar presentes caso contrário nada acontece(5). Se a evolução previu tudo isso, então deve prever o futuro com uma bola de cristal!
Opiniões divergentes devem ser analisadas e, num país democrático e de direito, todos podem externar suas opiniões, pontos de vista, e serem contestados, assim é o mundo livre, pensante, e se uma teoria não puder ser analisada e criticada, não é científica, mas dogmática, e o dogma pertence à área da religião.
“A Antropologia terá que revisar a sua posição quanto ao homem moderno entre 40 mil a 10 mil anos a.C.” Dr. Thomas Terberger, arqueólogo da Universidade de Greifswlt.
NOTAS
1 . LOURENÇO, Adauto. Criação ou Evolução: como tudo começou? Palestra 4 – a origem da vida – paleontologia e datação.
2 . Ibidem.
3 . Ibidem.
4. Adauto apud Jornal Berliner, 29/12/1909.
5 . Adauto. palestra: Origem da vida – biologia.
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
A SOBERANIA ABSOLUTA DE DEUS: DE QUE TRATA ROMANOS 9?
Hoje temos um convidado muito especial em nosso blog: o Pr. John Piper. Este é um dos artigos em português disponíveis em seu site (aqui). John Piper é autor de vários livros, entre eles Em Busca de Deus (Desiring God), publicado no Brasil pela Shedd Publicações.
POR JOHN PIPER.
Romanos 9:1-5
Digo a verdade em Cristo, não minto; minha consciência o confirma no Espírito Santo: 2 tenho grande tristeza e constante angústia em meu coração. 3 Pois eu até desejaria ser amaldiçoado e separado de Cristo por amor de meus irmãos, os de minha raça, 4 o povo de Israel. Deles é a adoção de filhos; deles é a glória divina, as alianças, e a concessão da Lei, a adoração no templo e as promessas. 5 Deles são os patriarcas, e a partir deles se traça a linhagem humana de Cristo, que é Deus acima de todos, bendito para sempre! Amém.
Há duas experiências em minha vida que fazem de Romanos 9 um dos capítulos mais importantes no processo de formação da forma como penso e vejo todas as coisas, e também da forma como fui levado ao ministério. A primeira delas aconteceu quando eu estava no seminário e virou minha mente de cabeça para baixo. A outra aconteceu no outono de 1979 e me levou a servir nesta igreja.
Eu acreditava no meu livre arbítrio quando entrei no seminário, no sentido de que eu tinha o controle supremo sob minhas decisões. Não aprendi isso na Bíblia; absolvi essa idéia do ar independente, auto-suficiente, que se auto-estima, se auto-exalta que respiramos todos os dias. A soberania de Deus significava que Ele podia fazer qualquer coisa comigo desde que eu O desse permissão para tal. Com esse tipo de mentalidade me matriculei na classe sobre o livro de Filipenses com Daniel Fuller e na classe sobre Doutrina da Salvação com James Morgan.
Em Filipenses fui confrontado com a intratável cláusula do capítulo 2 verso 13: “ponham em ação a salvação de vocês com temor e tremor, 13 pois é Deus quem efetua em vocês tanto o querer quanto o realizar, de acordo com a boa vontade dele.” Isso faz de Deus a vontade por detrás de minha vontade; aquele que realiza por detrás do meu realizar. A pergunta não era se tenho ou não vontade própria; a pergunta era por que escolho o que escolho. E a resposta, não a única, porém a definitiva é Deus.
Na classe sobre salvação lidamos logo de cara com doutrinas de eleição incondicional e graça irresistível. Romanos 9 foi o texto chave e aquele que mudou minha vida para sempre. Romanos 9:11-12 diz, “Todavia, antes que os gêmeos (Jacó e Esaú) nascessem ou fizessem qualquer coisa boa ou má – a fim de que o propósito de Deus conforme a eleição permanecesse, 12 não por obras, mas por aquele que chama – foi dito a ela: ‘O mais velho servirá ao mais novo.’” Quando Paulo levanta a pergunta no verso 14, “Acaso Deus é injusto?” Ele responde que não e cita Moisés (no verso 15) : “Terei misericórdia de quem eu quiser ter misericórdia e terei compaixão de quem eu quiser ter compaixão.” E quando ele levanta a questão no verso 19, “Então, por que Deus ainda nos culpa? Pois, quem resiste à sua vontade?” Ele responde no verso 21, “O oleiro não tem direito de fazer do mesmo barro um vaso para fins nobres e outro para uso desonroso?”
Emoções afloram quando você sente que seu mundo auto-suficiente começa a se desmoronar ao seu redor. Encontrei o Dr. Morgan no corredor um dia. Depois de alguns minutos de uma discussão acalorada a respeito do livre arbítrio, segurei uma caneta bem na frente do rosto dele e a deixei cair no chão. Então eu disse, meio que faltando com o respeito que como aluno eu deveria ter: “EU [!] a deixei cair no chão!” De alguma forma aquilo era para se provar que foi minha escolha deixar a caneta cair e isso não tinha sido controlado por nada, apenas por minha própria soberania.
Mas graças à misericórdia e paciência de Deus, ao final do semestre escrevi no meu livro de meditações para o exame final, “Romanos 9 é como um tigre que sai por aí devorando defensores do livre arbítrio como eu.” Aquele foi o fim do meu caso de amor com a autonomia humana e a absoluta auto-determinação da minha vontade. Minha visão de mundo simplesmente não podia mais se levantar contra as escrituras, especialmente Romanos 9. Foi o começo de uma paixão para vida inteira em ver e experimentar a supremacia de Deus em absolutamente todas as coisas.
O Outono de 1979
Então, dez anos mais tarde, veio o outono de 1979. Eu tinha tirado uma licença do meu cargo de professor na Faculdade Betel. Meu único propósito para essa licença era para estudar Romanos 9 e escrever um livro que definiria, em minha própria mente, o significado desses versos. Depois de seis anos lecionando e me deparando com alunos prontos a disputar por uma razão ou por outra minha interpretação desse capítulo, decidi que precisava dedicar oito meses para isso. O resultado da minha licença foi o livro, A Justificação de Deus. Tentei responder a cada objeção em relação à interpretação bíblica da soberania absoluta de Deus em Romanos 9.
Mas o resultado final daquela licença foi completamente inesperado – ao menos por mim. Meu propósito era de analisar a palavra de Deus tão de perto e interpretá-la com tanto cuidado que eu poderia escrever um livro que seria convincente e duraria o teste do tempo. O que eu não esperava era que seis meses dentro dessa análise de Romanos 9 o próprio Deus falaria comigo tão poderosamente que eu renunciaria meu cargo na Faculdade Betel e me poria à disposição da Conferência Batista de Minnesota se caso houvesse uma igreja que me aceitasse como pastor.
Em suma tudo aconteceu assim: eu tinha 34 anos de idade. Pai dois filhos e um terceiro a caminho. À medida que fui estudando Romanos 9 dia após dia, comecei a ver um Deus tão majestoso e tão livre e tão absolutamente soberano que minha análise resultou em adoração e o Senhor me disse, "Não serei apenas analisado mas serei adorado. Não serei apenas estudado, serei proclamado. Minha soberania não é simplesmente para ser escrutinizada, mas sim para ser um sinal do que há por vir. Ela não é para ser usada para espalhar controvérsias, ela é o Evangelho para os pecadores cuja única esperança é o triunfo soberano da graça de Deus sobre a vontade rebelde deles." Foi quando a Igreja Batista de Belém entrou em contato comigo no fim de 1979. Não hesito em dizer que por causa de Romanos 9 deixei de ser professor de seminário para ser pastor. O Deus de Romanos 9 tem sido a fundação sólida de tudo que tenho dito e feito nos últimos 22 anos.
O Testemunho de Jonathan Edwards a Respeito da Soberania Absoluta de Deus
Sinto-me assim como Jonathan Edwards sentia a respeito da verdade da soberania absoluta de Deus sobre minha vontade, sobre essa igreja, sobre as nações – mesmo não tendo a capacidade dele de ver e experimentar a verdade de Deus. Lerei a seguinte história porque ela deve ser a história de muitos nessa igreja, e talvez ainda seja, eu oro, a história de muitos outros:
Desde minha infância, minha mente era cheia de objeções contra a doutrina da Soberania de Deus, que escolhe quem teria vida eterna e rejeita quem Ele bem quisesse; deixando-os perecer eternamente e para sempre atormentados no inferno. Isso parecia para mim uma doutrina horrível. Mas me lembro muito bem do tempo quando comecei a me sentir convencido e totalmente satisfeito com essa soberania de Deus, e Sua justiça em assim se desfazer (ou lidar) eternamente com o homem, de acordo com Sua vontade soberana. Mas nunca pude determinar como, ou por quais meios, eu fui assim convencido, nem sequer podia imaginar então, nem muito tempo depois, que houve uma influencia extraordinária do Espírito de Deus em mim que me permitiu ver mais além, e minha razão compreendeu a justiça e quão razoável isso era. Então, minha mente descansou nisso, pondo um ponto final em todas minhas objeções e picuinhas. Houve também uma maravilhosa alteração em minha mente, a respeito da doutrina da soberania de Deus, desde aquele dia até hoje; que quase nunca tenho encontrado algo que se levante como uma objeção contra ela, em Deus mostrando misericórdia a quem Ele quer mostrar misericórdia, e endurecendo aqueles que Ele quiser. A soberania absoluta e a justiça de Deus, com respeito à salvação e condenação, é no que minha mente parece descansar, assim como algo que se possa ver com meu próprios olhos, pelo menos assim o é em ocasiões. A doutrina, frequentemente, tem se apresentado prazerosa, clara e doce. Soberania absoluta é o atributo de Deus que mais amo. (Jonathan Edwards, Selections [New York: Hill and Wang, 1962], pp. 58-59).
Um Breve Resumo de Romanos 9
Tudo isso parece ser uma ilusória introdução a Romanos 9. Mas é somente o começo. Pode ter dado a impressão de que Romanos 9 é uma dissertação a respeito da soberania de Deus. Mas não é. Romanos 9 é uma explicação por quê a Palavra de Deus não falhou apesar do fato de que o povo escolhido de Deus, Israel, como um todo, não ter se voltado para Cristo para serem salvos. A soberania da graça de Deus é apresentada como a peça chave da fidelidade de Deus apesar do fracasso de Israel, e, por conseguinte, como o mais profundo alicerce para as preciosas promessas de Romanos 8. Porque se Deus não é fiel à sua Palavra, não podemos contar com Romanos 8 também.
Considere esse breve resumo. Verso 3 nos mostra que Israel, como um todo, é amaldiçoado e separado de Cristo: “Pois eu até desejaria ser amaldiçoado e separado de Cristo por amor de meus irmãos, os de minha raça.” Iremos lidar com esse raciocínio de Paulo na próxima semana. Apenas perceba agora que este é o grande dilema de Israel: “amaldiçoado e separado de Cristo.” Isso levanta um grande problema! O que dizer então da Palavra de Deus – a palavra da promessa a Israel e da aliança: “Serei o Deus deles, e eles serão o meu povo!” (Jeremias 31:33)
Então Paulo responde a essa pergunta no versículo 6: “Não pensemos que a palavra de Deus falhou.” Você pode ver o que estava em jogo aqui. Parece que a Palavra de Deus tinha falhado! Mas Paulo diz que não. Então ele dá uma explicação que o leva para dentro das doutrinas de eleição incondicional e soberania divina sobre a vontade humana. A explicação dele no verso 6b é: “Pois nem todos os descendentes de Israel são Israel.” Nem todo descendente físico de Israel é Israel. Em outras palavras, a Palavra de Deus não falhou porque as promessas não foram feitas a todos da descendência étnica de Israel de tal forma que garantiria a salvação de todo e qualquer indivíduo israelita.
O verso 8 diz isso novamente: “não são os filhos naturais que são filhos de Deus, mas os filhos da promessa é que são considerados descendência de Abraão.” Em outras palavras, nem todo o descendente físico de Abraão é beneficiário das promessas da Aliança. Então, quem é? Aqui Paulo vai ao fundo da explicação. Ele diz que os beneficiários da promessa são os filhos da promessa. Mas, perguntamos, quem são eles? Quais são as condições que eles têm que cumprir para serem “filhos da promessa”?
Paulo responde a essa pergunta no verso 11, com a ilustração de Jacó e Esaú, nos confrontando com a suprema soberania de Deus em escolher quem seria o beneficiário da promessa. Em se referindo a Jacó (quem se tornaria o herdeiro) e Esaú (quem não foi) Paulo diz: “Todavia, antes que os gêmeos nascessem ou fizessem qualquer coisa boa ou má [aí está a incondicionalidade, e aqui a razão para tal] — a fim de que o propósito de Deus conforme a eleição permanecesse, [eis aqui a explicação mais profunda que as condições humanas – o propósito soberano de Deus], não por obras, mas por aquele que chama [perceba: ele não contrasta obras com fé, mas com ‘Aquele que chama’ – nem sequer a fé está em questão aqui como uma condição] — foi dito a ela: “O mais velho servirá ao mais novo.”
Tudo isso levanta a questão a respeito da justiça de Deus. Paulo não está escondendo nada aqui. Ele está abrindo o jogo, trazendo tudo à luz. No verso 14 ele diz, “E então, que diremos? Acaso Deus é injusto?” A resposta de Paulo é não. Depois de citar Moisés a respeito da liberdade de Deus em ter misericórdia de quem Ele quiser ter misericórdia (vers. 15) ele repete a respeito da absoluta incondicionalidade de ser escolhido por Deus para ser um filho da promessa. Verso 16: “Portanto, isso não depende do desejo ou do esforço humano, mas da misericórdia de Deus.”
O que nos leva então, à questão no versículo 19, “Então, por que Deus ainda nos culpa? Pois, quem resiste à sua vontade?” Essas são as questões que nos confrontam neste capítulo. Todo o Israel são “filhos da promessa” ou apenas alguns o são? Se somente alguns são, o que faz de uma pessoa um filho da promessa e outra não? Se é acima de tudo a misericordiosa eleição incondicional, livre e soberana de Deus, então Ele é injusto? Se Ele que é livre para ter misericórdia de quem Ele quiser e endurecer a quem Ele quiser (vers. 18), e se isso não depende do homem desejar ou efetuar (vers. 16) então, por que Ele ainda acha culpa em nós?
O Ponto-Chave de Romanos 9: Uma Explicação e Defesa Que a Palavra de Deus Não Falhou
Então você pode ver que o assunto da eleição divina, da vontade humana, da justiça de Deus, da culpa do homem e da soberania de Deus estão todos contidos nesse capítulo. Mas não estão aí só por estar. Eles estão aqui para explicar essa questão que não quer calar: Como pode o povo eleito de Deus, Israel, ser amaldiçoado e separado de Cristo se a Palavra de Deus é confiável? Como pode o versículo 6a ser verdadeiro: “Não pensemos que a palavra de Deus falhou.” Essa é a questão desse capítulo.
As Promessas de Romanos 8 Prevalecerão?
E isso é absolutamente crucial para nós à medida que nos aproximamos da mesa do Senhor. As promessas de Romanos 8 prevalecerão? As promessas compradas pelo sangue que nós, gentios e judeus, confiamos nossas vidas irão prevalecer? Deus irá honrar seus compromissos, selados com o sangue de seu Filho? Ele irá fazer com que todas as coisas cooperem para o nosso bem? Os predestinados serão chamados e os chamados serão justificados e os justificados serão glorificados? Ele nos dará todas as coisas juntamente com Ele? Nada nos separará do amor de Deus que está em Cristo? Será que hoje realmente não há nenhuma condenação? E assim será amanhã e depois também?
Romanos 9 vem depois de Romanos 8 exatamente por essa razão crucial: nos mostrar que a palavra da aliança de Deus com Israel não falhou, porque ela está fundamentada na soberania de Deus e em sua eleição misericordiosa. Portanto, as promessas para o verdadeiro Israel e as promessas de Romanos 8 prevalecerão! Esse é o evangelho, as boas-novas, de Romanos 9. As promessas compradas pelo sangue de Cristo serão realizadas pelo poder soberano de Deus.
Oh! Quão gratos, quão humildes e quão confiantes devemos ser quando adoramos ao Senhor em Sua mesa!
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sexta-feira, 28 de agosto de 2009
A PREGAÇÃO COM BASE NO ANTIGO TESTAMENTO: É MESMO NECESSÁRIA?

Introdução
Certo autor, ao descrever a importância do Antigo Testamento, intitulou sua obra de “o livro que Jesus lia”, não há dúvida em que todo o cristão já se deparou com a pergunta ao ler o livro de Número, por exemplo: “por que estou lendo isso” ou “no que isso será relevante para minha vida”. O antigo Testamento tem sido negligenciado nos púlpitos, isso porque alguns têm usado suas figuras para vender rosa, água e etc...
Levando alguns, a outro extremo, o de não pregar nele e sobre ele.
Cristo é descrito em cada livro da Antiga Aliança, exposto em cada cena graciosa, em cada geração que passa a esperança do messias que viria aumentava como a luz que surge na manhã.
A
A
A
No
A
A
Daniel disse
Conclusão
A pregação tendo como base o Antigo Testamento é de particular importância para o cristianismo, pois é a preparação para o Novo, e traz as mesmas verdades, de forma mais velada. Quando Spurgeon preparou uma série de sermões sobre os salmos, ele intitulou-os de “os tesouros de Davi”, o Antigo Testamento é um Tesouro disponível a nós e nosso povo, que se abra então o livro sagrado do antigo pacto e ensinado sobre a graça que pairava sobre a igreja do Antigo Testamento.